O papel do jornalismo de cidade diante dos desafios do cotidiano urbano
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A mesa “No ritmo da cidade: O Rio de Janeiro no olhar de quem narra” encerrou o primeiro dia da Semana do Jornalismo. O encontro contou com a participação do repórter da Record Rio, Felipe Batista e também teria a presença da âncora Agatha Meirelles (Band Rio), que não conseguiu comparecer devido à megaoperação em andamento na cidade. A conversa foi mediada por Júlia Mota, que conduziu o debate sobre os desafios e as possibilidades de traduzir, em palavras e imagens, o cotidiano carioca.
No início da conversa, Felipe Batista explicou sobre a megaoperação na cidade do Rio de Janeiro, que começou como uma operação comum, mas se tornou a mais letal da cidade. Com 2.500 policiais, 100 mandados de prisão e 180 de busca e apreensão, Felipe relatou ter visto a situação crescer rapidamente, recebendo denúncias por mensagem e ligação.
O repórter ressaltou a importância da ajuda de seus colegas no momento da cobertura, com a informação vindo em primeiro lugar. “É um dever nosso comunicar e é um direito da população saber, a gente tem que estar sempre pensando com isso na cabeça, é uma profissão que não cabe muito o ego”.

Foto: Laura Araújo
Segundo Felipe, a responsabilidade ética e moral de jornalistas em notícias urgentes rege a profissão, exigindo sensibilidade e empatia diante de casos delicados. “É o seu lado ser humano e a informação que você precisa. Ser jornalista é uma loucura, mas muito bom” disse o repórter, ao comentar sobre o equilíbrio de noticiar e a empatia de quem reconhece a dor humana.
“Temos que nos aproximar e nos distanciar diariamente”, destacou Felipe. O jornalista enfatizou o desafio constante de contar histórias sem se envolver emocionalmente por completo e manter o olhar critico necessário. No início da carreira, ele enfrentava dificuldades nesse equilíbrio e acabava se conectando demais com as notícias. “Se você tá muito longe, você não conta direito a história, e se você tá muito perto, acaba tendo um lado um pouco pessoal”, completou.
No meio das pautas sobre violência e os desafios do cotidiano, Felipe relembrou uma história que fugiu do padrão de sua rotina. Um caso de um menino que juntava latinhas para comprar uma bicicleta nova. Ao perceber todo seu esforço, o dono de um ferro-velho decidiu presenteá-lo com a nova bicicleta. “Foi uma pauta bonita de contar, trazer algo assim ajuda a esvaziar um pouco a mente”, lembrou o jornalista.
Reportagem: Isabella Mattos e Letícia Capela
Supervisão: Vinicius Carvalho
Foto de capa: Isabella Mattos



