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Lixo eletrônico: o desafio ambiental da era tecnológica

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O Brasil é o quinto maior país produtor de lixo eletrônico do mundo. O resultado é da pesquisa Resíduos Eletrônicos no Brasil- 2021, divulgado pela Green Eletron. O país enfrenta dificuldades no descarte adequado desse tipo de resíduo, como a falta de regulamentação eficaz e a conscientização pública insuficiente. De modo geral, os recursos naturais da Terra sofrem com o impacto dos minerais pesados presentes em dispositivos eletrônicos. Além disso, locais como aterros sanitários têm sua vida útil reduzida pelo despejo ilegal desses produtos.

O lixo eletrônico, também conhecido pela sigla RAEE (Resíduos de Aparelhos Eletrônicos), são produtos elétricos danificados ou sem nenhuma utilidade. No geral, o descarte acontece de maneira similar ao do lixo comum, o que impede que eles sejam transformados em outros produtos úteis por meio do processo gradual de reciclagem. Nesse cenário, o acúmulo de resíduos digitais aparece como um desafio significativo na era avançada da tecnologia à medida em que a produção tem aumentado nos últimos anos.

A tecnologia faz parte do conjunto de símbolos que caracterizam o avanço social. Esse produto, aplicado em diversas áreas de pesquisa e inserido de forma expressiva no contexto atual, estabelece uma relação com a ciência e a engenharia. Produzido pela Organização das Nações Unidas em 2017, o relatório The Global E-Waste Monitor, revelou que o Brasil produz, em média, 1,5 milhão de toneladas de lixo eletrônico por ano. A quantidade desses resíduos representa um impasse para a gestão ambiental e o desenvolvimento sustentável do país.

Em nota, a Ouvidoria do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), explica o sistema de logística reversa de produtos eletroeletrônicos. De acordo com o art. 25 do Decreto nº 10.240 de 2020, a logística reversa de produtos eletroeletrônicos e seus componentes de uso doméstico pode ser realizada por dois modelos. O modelo coletivo (entidade gestora) e o modelo individual que é operacionalizado de forma direta pelas empresas ou por meio de terceiros, sem a participação de entidades gestoras. Assim sendo, a obrigatoriedade é implementar a logística reversa.

A questão se aprofunda ao considerar o desenvolvimento digital e a possibilidade de uma mudança na produção. No auge da Revolução Industrial, surge a ideia da “obsolescência programada”, em que as empresas produzem itens com uma durabilidade menor. O objetivo é aumentar a frequência na fabricação, para estimular o consumidor a trocar, em um curto período d e tempo, seu equipamento por outro mais novo. Dessa forma, a técnica utilizada na década de 30 repercute até hoje, visto que o desejo pessoal dos consumidores é estar sempre na tendência.

Conforme estimado pela Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (ABETRE), dos resíduos industriais perigosos gerados anualmente no Brasil, apenas cerca de 600 mil toneladas de um total de 2,9 milhões de toneladas são descartadas corretamente. Em caso de descarte inapropriado, esses equipamentos prejudicam não só a saúde pública, mas também o meio ambiente graças aos resíduos tóxicos em sua composição. Entre os elementos estão: chumbo, cobre, mercúrio e cádmio, responsáveis por ocasionar graves doenças respiratórias e a falência de órgãos.

As práticas de reciclagem e recuperação de materiais podem contribuir para amenizar os impactos ambientais do lixo eletrônico. Segundo a ativista ambiental, Gabriela Brasiliae, a reutilização de peças fabricadas e o consumo consciente são válidos. “É fundamental, se conscientizar quanto às relações de consumo como um todo, da responsabilidade de quem fabrica e do poder público quanto ao destino, tratamento e manejo do lixo eletrônico. Exigindo, coletivamente, políticas públicas, responsabilização penal, e programas de incentivo a reutilização e reaproveitamento de eletrônicos descartados.”, afirma a ativista.

Tendo em vista os prejuízos causados ao meio ambiente, a gestão apropriada do lixo eletrônico não pode ser subestimada na era tecnológica. Além da responsabilidade coletiva para a destinação apropriada dos resíduos, ainda é necessária a efetivação das regulamentações governamentais que tratam do tema para a garantia de um futuro sustentável.

Reportagem: Joana Braga

Supervisão: Thiago Vivas e Vitor Renato

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