Do telégrafo ao whatsapp
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No dia 5 de maio é comemorado o Dia Nacional das Comunicações, data escolhida em homenagem ao aniversário do patrono das comunicações do Brasil, Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon. Foi ele o responsável pela difusão de importantes linhas telegráficas pelo Brasil, contribuindo para a integração nacional.
Passaram-se 156 anos desde o nascimento do Marechal Rondon e a comunicação evoluiu. Fomos do telégrafo para os telefones fixos, celulares e mais recentemente para a internet. O meio virtual passou por diversas modificações e atualmente é uma das principais formas de comunicação. A partir dele surgiram as redes sociais, as quais possibilitaram ainda mais as interações pessoais de longa distância.
No entanto, este avanço tecnológico não trouxe apenas coisas positivas. As “fake news” são notícias falsas que se disseminam, principalmente, através de mídias sociais como o Whatsapp e o Facebook, contribuindo para a propagação de mentiras entre os usuários. No Brasil, 62% das pessoas admitem já ter acreditado em alguma coisa falsa, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos.
Um dos principais desafios que a mídia encontra atualmente é a mistura entre profissionais e não profissionais da área, é o que nos conta o jornalista e professor de audiovisual da PUC-Rio, Bruno Dieguez, “Como o acesso aos veículos de comunicação está muito democratizado, cada um tem capacidade, hoje em dia, de produzir seu próprio conteúdo mesmo sem uma formação específica no meio”. Por conta disso, o professor acredita que a solução para esse fator é a valorização do profissionalismo desses especialistas e mostrar ao público que os mesmos realizam um trabalho diferenciado, que possui técnica e embasamento.
Uma das técnicas que tem sido cada vez mais utilizadas pelos profissionais da comunicação é a checagem de fatos, é o que diz Lais Vieira, jornalista da rádio CBN. “O trabalho do jornalista se torna cada vez mais difícil, pois, além de tudo que já tem que ser feito, ele agora também tem essa missão de checar, de debater e de rebater com dados, com verdade, essas notícias que são propagadas”, diz a jornalista. Ela também comenta que essa disseminação de inverdades fica mais fácil devido a maneira rápida e eficiente com que elas têm sido espalhadas.
Apesar dos esforços das equipes jornalísticas, essas notícias falsas continuam rodando pelas redes sociais e aplicativos de mensagens da população, de acordo com o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) esse tipo de notícia se espalha 70% mais rápido que as verdadeiras. Desde o Big Brother Brasil às eleições para cargos institucionais, esses boatos estão presentes no imaginário da sociedade e fazem parte de suas tomadas de decisão.
A repórter-âncora na GloboNews Cecilia Flesch acredita que a circulação de notícias falsas não vai deixar de existir, exatamente pela facilidade que se tem de acessar mentiras em inúmeras fontes de informação na internet. “Cada vez mais pessoas estão se distanciando dos veículos de imprensa sérios que se responsabilizam pelo que publicam, tornando suscetível a disseminação de mentiras”, afirma a jornalista.
Atualmente o tempo é precioso para as pessoas e por isso procuram por um conteúdo mais dinâmico de informação nas redes sociais. Com isso, acabam ficando mais vulneráveis às “fake news”. Apesar desses desafios encontrados pela comunicação, ela é indispensável nos dias de hoje, uma vez que sofreu uma significativa evolução desde o telégrafo e se tornou capaz de fornecer liberdade de transmitir e buscar informações.
Reportagem: Alberto Ghazale | Amanda Domicioli | Felipe Rinaldi | João Pedro Camero | Laura Tito | Leonardo Marchetti | Mateus Rizzo.
Supervisão: Felipe Roza | Juliana Ribeiro | Pedro Cardoso.