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Poluição na Baía de Guanabara: a situação atual e as previsões para o futuro do lugar

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Em abril deste ano, foi apresentado no Seminário de Saneamento e Meio Ambiente, o Projeto de Despoluição elaborado pelo setor privado de saneamento básico Águas do Rio. Com o objetivo de tratar o esgoto nas águas da Baía de Guanabara, a empresa fará um investimento total de R$2,7 bilhões incluindo a instalação de coletores em oito municípios da área de concessão que se encontram no entorno da baía.

Foram inúmeras as iniciativas para reduzir a poluição no local. Dessa vez, a universalização do saneamento nos municípios que fazem parte da concessão da Águas do Rio pode gerar um ganho líquido para a população de R$ 37 bilhões nos próximos 35 anos. De acordo com os estudos do Instituto Trata Brasil, o cálculo destacou os benefícios econômicos e socioambientais da expansão dos serviços de água e esgoto nos blocos 1 e 4. 

A Baía de Guanabara convive com a poluição desde o desenvolvimento da capital fluminense e da sua região metropolitana. No cenário atual, cerca de 90 toneladas de detritos produzidos por sete municípios são despejados diariamente na baía, de acordo com dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais. 

São mais de cinco décadas de degradação ambiental na Baía de Guanabara. Para os municípios de Belford Roxo, São Gonçalo, Duque de Caxias e São João do Meriti os esforços de revitalização e preservação da região costeira são necessários. No último ano, essas quatro cidades registraram alguns dos menores índices de tratamento de esgoto do Brasil. 

O presidente da Águas do Rio, Alexandre Bianchini, discursou sobre o empenho da empresa na causa do tratamento ao apresentar o projeto. “A Águas do Rio quer ser a protagonista nesta missão, e isso não quer dizer que a fará sozinha. Estamos comprometidos com o projeto e temos o conhecimento técnico, alta tecnologia e faremos o investimento de R$ 2,7 bilhões.” – afirma ele.

Mesmo diante de diversos programas de recuperação ao longo da história, o cenário não muda. O Painel Saneamento Brasil aponta que entre os municípios da Bacia Hidrográfica da Baía, seis não possuem esgoto tratado, enquanto apenas Niterói e Petrópolis têm 100% do esgoto coletado tratado. Com a situação da Baía de Guanabara, ONGs e movimentos que lutam pela sua despoluição convivem com promessas e descaso por parte dos órgãos públicos.

O integrante do Movimento Baía Viva, Sérgio Ricardo, explica como está a situação da Baía nos últimos anos. “Nós não identificamos nenhuma melhoria efetiva na qualidade da água da Baía de Guanabara, apesar da liberação do uso para banho de algumas praias da Baía. Esses locais representam risco à saúde pública pelas doenças transmitidas por veiculação hídrica, que vem da falta de saneamento básico” – afirma o ativista.

A região foi palco de um dos maiores desastres ambientais ocorridos no Brasil. Em Janeiro de 2000, um duto da Petrobras rompeu e espalhou cerca de 1 milhão de litros de petróleo nas águas da Baía. Além das consequências econômicas evidentes, os impactos socioambientais são visíveis na perda de biodiversidade local e na degradação dos ecossistemas costeiros.

A qualidade de vida é comprometida devido à degradação do ambiente natural, a diminuição da segurança alimentar e a desvalorização de propriedades. Beatriz Parente,  moradora da Praia da Bandeira, na Ilha do Governador, enfrenta essa realidade. “A despoluição da Baía de Guanabara é um sonho para que meus netos possam frequentar as praias, já que infelizmente meu filho não pode” – disse com esperança. 

Com águas contaminadas por poluentes industriais e esgoto não tratado, as comunidades enfrentam problemas de saúde. A situação atual também prejudica as atividades econômicas locais como a pesca e o turismo, o que afeta negativamente a renda da população e a economia da região.

Reportagem: Eduardo Gama e Joana Braga

Supervisão: Júlia Vianna

Foto de capa: Márcia Foletto

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