Entenda a paralisação das universidades
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Alunos e professores estão se mobilizando para uma paralisação nacional em prol da educação e contra a reforma da previdência. A ação irá ocorrer nesta quarta-feira e tem o intuito de servir como um aviso para a greve geral, que vai acontecer dia 14 de junho. O corte de verbas na educação deu novas proporções para a manifestação, que já vinha sendo articulada desde o III Encontro Nacional da Educação, em abril.
Primeiramente, o bloqueio de verbas havia sido direcionado a apenas três universidades que tinham sido palco de manifestações: a Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Federal da Bahia (Ufba). Após a reação contra os cortes, o Ministério da Educação anunciou que todas as universidades públicas teriam suas verbas cortadas.
“Universidades que, em vez de procurar melhorar o desempenho acadêmico, estiverem fazendo balbúrdia, terão verbas reduzidas. A lição de casa precisa estar feita: publicação científica, avaliações em dia, estar bem no ranking ” Abraham Weintraub
A frase dita pelo ministro da educação gerou revolta por parte de alunos e professores devido seu viés conservador. Felipe Rosa, diretor da Seção Sindical dos Docentes da UFRJ, diz que é muito grave a maneira como o governo está tratando universidades. “Aqui não é lugar de balbúrdia, não é lugar de venda de drogas, é um lugar que faz trabalho muito sério, onde tem muita pesquisa e ensino bom”, criticou.
O diretor do AdUFRJ também afirma que o principal objetivo da paralisação é chamar atenção para as consequências desses cortes. “Vão impactar na segurança, limpeza, pesquisa, assistências estudantis […] esses cortes podem levar décadas para serem recuperados”, afirmou. O graduando em geografia pela UERJ, Victor Hugo Aroma, diz que os trabalhos de campo, que podem virar pesquisas, vão ser muito afetados. Para geógrafos em formação, as idas à campo são essenciais para o aprendizado.
Para a mobilização do corpo docente e dos alunos foi necessário um grande esforço por parte do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior. A presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal Fluminense, Nina Tedesco, conta que desde abril vem ocorrendo assembleias, divulgação por redes sociais e reuniões com alunos e técnicos administrativos. “É uma paralisação da comunidade acadêmica, já que são ataques que afetam a comunidade como um todo e não apenas docentes”, diz.
O objetivo central da paralisação é o mesmo para o corpo docente e discente. Letícia*, aluna da UNIRIO, acredita que a visibilidade da paralisação já mostra e eficiência do movimento. A manifestação terá início na Candelária, às 17 horas e seguirá até a Central do Brasil.
ENTENDA AS PARALISAÇÕES
Matéria de: Bruna Lima, Carolina Sampaio, Giovanna Villas-Bôas, Bárbara Canela, Malu Martins e Renan Adnet