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Dia Nacional da Doação de Órgãos: A importância da Conscientização

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O Dia Nacional da Doação de Órgãos é celebrado nesta quarta-feira (27). Essa iniciativa foi instituída em novembro de 2007, com o intuito de conscientizar a população brasileira sobre a importância de ser doador de órgãos e buscar ajudar milhares de pessoas na fila de espera. O tema da doação de órgãos no país ainda é um assunto que tem pouco entendimento dos brasileiros, visto que 49% das famílias recusam a doar os órgãos de parentes falecidos para transplantes.   

 

A data tem o objetivo de expandir o conhecimento sobre como combater a desinformação, e, assim, ajudar a salvar diversas vidas. Além do dia 27, em alguns estados do país, foi implantada uma lei (nº 15.463/2014) que declarou o mês de setembro como “Setembro Verde”, visando ampliar a visibilidade da causa. Todos os anos, no dia 27 de setembro, as cúpulas do Congresso Nacional são iluminadas na cor verde para celebrar o Dia Nacional da Doação de Órgãos. 

 

Mirian da Silva, enfermeira CIHDOTT (Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes) do Hospital Municipal Albert Schweitzer, reconhece a necessidade do “Setembro Verde” para a causa. “É importante, porque todas as unidades de saúde se mobilizam em setembro para tentar conscientizar o maior número de pessoas possíveis”. Ela entende também que é preciso continuar a falar sobre o tema não só neste mês, mas durante o ano todo.

 

O transplante de órgãos é um procedimento cirúrgico que consiste na substituição de um órgão (coração, pulmão, rim, pâncreas, fígado) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas) de uma pessoa doente por outro, de um doador vivo ou morto. Segundo o Ministério da Saúde 6 mil transplantes foram feitos neste ano, sendo 4.300 só no primeiro semestre. 

 

O Sistema Nacional de Transplantes (SNT) é a organização responsável pela coordenação, regulamentação, controle e monitoramento do processo de doação e transplantes realizados em todo país. É por meio deles que o destino dos órgãos doados são decididos. Além deles, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem o maior programa público de transplantes do mundo. A estrutura do Ministério da Saúde garante que 90% das operações atendam à rede pública.

 

No Brasil, a Lista Única Nacional é quem determina a posição dos pacientes que estão na fila para transplante. Atualmente, há cerca de 65 mil pessoas à espera, de acordo com o Ministério da Saúde. Tanto o SUS quanto os hospitais privados fazem parte da mesma lista, sem prioridade em relação a isso. O professor Fábio Ferreira é um dos que espera há bastante tempo, estando há 5 anos na fila por um rim. Ele desenvolveu uma doença autoimune, chamada “ Doença de Berger”, que causa a inflamação e lesão progressiva dos glomérulos renais ao longo dos anos, onde afeta a filtragem sanguínea.

 

O funcionamento da lista é baseado em alguns critérios técnicos, relacionados a tipo sanguíneo, compatibilidade genética, peso e altura. Além de levar em conta a gravidade da situação do paciente, o que determina a prioridade de sua posição. 

 

Segundo a legislação brasileira, qualquer pessoa pode ser doadora. É importante destacar que para que isso aconteça, algumas medidas devem ser tomadas. De acordo com a lei nº 10.211, de 23 de março de 2001, a retirada dos órgãos e tecidos só pode ser realizada após a autorização de um membro da família, mesmo que na sua carteira de identidade conste que você seja doador.

 

Entre os motivos da lista de espera ser tão grande, está o tabu e o medo que a sociedade possui em relação à doação de órgãos. Entre os mitos está a ideia de que o médico irá declarar morte cerebral erroneamente ao saber que o paciente é um doador compatível. 

 

Por isso, é necessário que a conscientização aconteça, para que tais mentiras a respeito da doação não sejam propagadas.“Então, eu acho que quanto mais pessoas souberem, conhecerem o processo, mas elas vão aceitar e com isso a gente vai ter mais doações e gerar mais transplantes”, afirma a enfermeira Mirian.

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