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Natal solidário: juventude voluntária

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  • Reportagem de Diana campos e Yasmim Ribeiro

A época do Natal é, geralmente, um período de celebrações. Estar com a família e presentear as pessoas mais próximas fazem parte deste momento do ano. Apesar disso, não são todos no país que possuem estes privilégios. De acordo com um levantamento feito pela Fundação Abrinq em 2014, no Brasil, 40,2% daqueles que têm até 14 anos vivem em situação de pobreza e cerca de 4 milhões de crianças moram em favelas, destes, 17,5% foram mães antes dos 19 anos.

Parte das crianças do país não tem como estudar nem como se divertir ao longo do ano, mas, nesta época, recebem o apoio de alguns voluntários. Entre eles, estão jovens que se dedicam a participar de projetos que tentam proporcionar um natal mais alegre para aqueles que não possuem as mesmas oportunidades que eles.

A “Sonhar Acordado” é uma ONG que realiza diversos projetos com crianças  ao longo do ano, chamados “contínuos” como “Amigos para sempre”, “Sonhando Juntos”, “Contando Sonhos” e outros.  Além disso, reúne cerca de 2000 voluntários para receber 1400 crianças na “Festa de Natal”, que inclui brincadeiras, visita do papai noel e outras atividades para entreter e fazer com que as crianças, que não possuem uma boa condição familiar e financeira, tenham uma boa lembrança do natal.

Marcelle Martins, estudante de 17 anos, é uma das voluntárias do Sonhar Acordado. Além do período de natal, participa do “Dia do Sonho”, semelhante a festa de final de ano, que acontece em julho.

Ela explica que cada voluntário apadrinha uma criança, cuida e brinca com ela o dia inteiro do evento. “Normalmente essas crianças  não têm o devido acolhimento da família e a gente (voluntários) acaba dando esse amor, esse carinho e as ajuda a perceber que o Natal é incrível”,conclui.

Ao longo do ano, outros projetos ajudam crianças que precisam, como a Ação Social da Paróquia Nossa Senhora do Loreto. Todo mês, famílias carentes assistidas pela Paróquia recebem cestas básicas enquanto os jovens passam a manhã brincando com as crianças dessas famílias. Geralmente são entregues às crianças na época do Dia das Crianças e Natal, brinquedos doados pela comunidade do Loreto, explica Leticia Santoro, voluntária de 15 anos que também participa do “Dia Feliz” do IMPAR. 

Letícia Santoro, voluntária do Dia Feliz e da Ação Social do Loreto|Foto: Diana Campos

Semelhante a Festa de Natal do Sonhar Acordado, um  grupo de mulheres do IMPAR, Instituto Presbiteriano Álvaro Reis,  oferece aulas e outras atividade para crianças durante todo o ano. Além disso,  realizam o Dia Feliz durante o período de natal, segundo Letícia.  Ela conta que é gratificante apesar dos esforços, “o sorriso delas (crianças) me faz sorrir imensamente. Me faz muito bem e instiga dentro de mim o sentimento de solidariedade que está ligado ao Natal”.

Bruno Paiva conheceu este projeto no natal de 2017 através de amigos que já haviam participado nas edições anteriores e pela divulgação desses projetos nas redes sociais devido a falta de voluntários suficientes. Ele diz que é cansativo, mas que “é preciso fazer o bem”.

Bruno Paiva e Marcelle Martins, amigos que são voluntários juntos| Foto: Diana Campos

Juliana Ramos Lois, com 20 anos diz que o ato de ajudar o próximo está presente em sua vida desde que se entende por gente. Ela conta que sua mãe e ela ajudam há três anos uma creche comunitária, que atende crianças moradoras do morro de São Carlos localizada na Cidade Nova, Rio de Janeiro. A creche acolhe crianças que os pais não têm onde deixar no período em que estão trabalhando o ano inteiro e em datas festivas promove eventos para maior acolhimento delas. Juliana e sua mãe ajudam apadrinhando uma criança em todos esses eventos desde que conheceram esse trabalho.

A solidariedade plantada desde sempre por sua mãe, foi o que fez com que Juliana na comemoração do seu aniversário de 20 anos pedisse alimentos não perecíveis no lugar de presentes. Cerca de 40kg de alimentos foram doados para a casa Ronald McDonald, que oferece auxílio na batalha contra o câncer infantojuvenil.

Esse ano, por motivos pessoais, Juliana não consegui apadrinhar uma criança da creche comunitária no Natal. Mesmo tendo perdido o prazo para a lista de apadrinhamento, ela encontrou uma nova chance de ajudar.

Foi por uma rede social que chegou ao Projeto Ester, ONG que acolhe mulheres em situação de alta vulnerabilidade, no centro do Rio de Janeiro. Victoria, de nove anos foi a escolhida para ser apadrinhada. “Saber que eu posso estar ajudando uma criança, mesmo que eu não a conheça, parece que cura, dá uma paz”, afirma.

 

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