Libertadores 2019: jornalistas latinos fazem Raio-X do Grupo D
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O Flamengo estreia na próxima terça-feira (05), na Copa Libertadores da América, o torneio mais importante do continente. O primeiro jogo será na altitude de Oruro, na Bolívia, contra o San José. Os outros dois adversários do grupo são o Peñarol, do Uruguai, e a LDU, do Equador, equipes que já se consagraram campeãs da competição. O Portal de Jornalismo entrevistou três jornalistas, um de cada país, para saber das expectativas dos times e como o confronto contra o rubro-negro é visto pelos torcedores.
PEÑAROL – Um gigante em busca de novo espaço
Dono de cinco Libertadores e três Mundiais de Clubes, o “Carbonero”, como é conhecido pelos seus torcedores, busca reencontrar seu espaço entre os maiores do continente. Após seis eliminações seguidas na primeira fase da competição, os uruguaios acreditam em uma campanha mais sólida neste grupo. O jornalista Nicolas Saúl, da Rádio Cristal, aposta que o segredo para o sucesso da equipe é buscar pontos de fora de casa. “Na última copa, o Peñarol não somou pontos como visitante e isso comprometeu a classificação. Esse ano é importante roubar um ponto no Rio ou na altitude, apesar de serem confrontos difíceis”, comentou Saúl.
Para o confronto contra o Flamengo, a chegada de Arrascaeta movimentou o noticiário no Uruguai. “Sabemos do potencial que montou o Flamengo. A cifra histórica para o futebol brasileiro e a importância do Arrascaeta para o futebol local mostra que não será um jogo simples”, o jornalista completou dizendo que “o Flamengo com Diego, Gabriel Barbosa, De Arrascaeta, vai dificultar as coisas para o Peñarol no Rio e também em Montevidéu”.
SAN JOSÉ – Altitude, o terror dos Adversários
Jogar fora de seus domínios nunca é tarefa fácil. Enfrentar um time que atua a 3900 metros de altitude é ainda mais complicado. Esse será o desafio para os adversários de San José, de Oruro, na Copa Libertadores deste ano. O jornalista Víctor Quispe Perca, do “Deportes de La Prensa”, acredita numa boa estreia da equipe boliviana. “Contra equipes brasileiras sempre foi bem. Contra o Santos, em 2008, também na estreia, venceu por 2 a 1 jogando na altura”, destacou Perca. O clube “dos Santos”, como é carinhosamente conhecido na cidade, não participa do torneio continental desde 2015 e a expectativa por parte dos torcedores é grande. O jornalista boliviano acredita que, por conta disso, na hora do jogo, o estádio estará lotado. “Há muita expectativa para a estreia do San José na Libertadores. A torcida está apoiando a equipe dirigida por Néstor Clausen”.
O grupo é considerado complicado para os bolivianos e, assim como para os uruguaios, o segredo, segundo Quispe Perca, é somar pontos fora de casa. “San José vai se fazer forte dentro de casa, mas para passar terá que somar pontos fora dos seus domínios”. O objetivo, por fim, é passar de fase. “Chegar nas oitavas de final seria considerado missão cumprida porque o plantel não tem grandes nomes”, finalizou.
LDU – A volta do campeão
A equipe de Quito é outro adversário que tem a altitude a seu favor. O histórico estádio Casablanca, palco de finais da Libertadores e Sul-Americana, é onde a equipe equatoriana vai mandar seus jogos em casa. O clube encara essa edição do torneio com muita expectativa. Para o jornalista Camilo Taufic, da Rádio Area Deportiva, do Equador, a volta para o torneio é muito importante para os equatorianos: “A LDU é a atual campeã do campeonato equatoriano e se reforçou bem, voltando à Libertadores depois de três anos”. Ele concluiu fazendo uma ressalva sobre o plantel. “Apesar de ser um dos plantéis mais caros do Equador, o valor do elenco não supera os 15 milhões de dólares, realidade bem diferente do Flamengo, por exemplo”.
O confronto contra o rubro negro é bastante aguardado pelos equatorianos. O jornalista cita o apoio que a LDU recebeu em 2008, na final da Libertadores, contra o Fluminense. “Há muito respeito pelo Flamengo. A torcida rubro-negra esteve com a LDU quando teve o confronto contra o Fluminense”. Apesar da afinidade, o jornalista espera dois jogos difíceis. “Para o jogo do Rio temos poucas expectativas de conseguir pontos, mas em Quito, a LDU pode aproveitar a altitude, que sempre assusta as equipes brasileiras”.
Reportagem: Giuliano Cosenza