Diretora da Abraji fala sobre segurança dos repórteres em oficina sobre a Ditadura e o uso de dados públicos
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O cuidado com a própria exposição nas redes sociais, pode ser um dos principais desafios de segurança dos jornalistas investigativos, segundo a diretora da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Juliana Dal Piva. Ela participou de uma oficina na última quinta-feira (11), no 19 Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, que é realizado até o dia 14, na ESPM de São Paulo.
A jornalista, que também é repórter do Centro Latinoamericano de Investigação Jornalística e colunista do ICL Notícias, compartilhou sua experiência como repórter investigativa e seu especial interesse pela ditadura militar brasileira, que este ano completou 60 anos.
Dal Piva, que já foi vítima de ataques e perseguições da extrema direita, ressalta a importância de zelar pela própria segurança em seu trabalho, e a necessidade de considerar as vulnerabilidades pelas quais um jornalista está submetido. “Tem tanto vazamento de dados pessoais nossos na internet, que é impossível se proteger 100%”
A sugestão da repórter é ter um celular apenas para investigação, a utilização de VPN e ter cuidado com onde assina o próprio nome. Ela reforça, no entanto, que não é possível deixar que o medo controle o jornalista e interfira nos resultados do que realmente importa: a investigação. “Não podemos pirar. Não ficar preocupado demais com coisas que não importam. Age com responsabilidade e saiba que você precisa saber o básico pra se proteger”, reforça.
Para quem se interessa pelo tema da Ditadura, Juliana recomenda obras como o “Dossiê Da Ditadura” e “Mulheres Que Foram À Luta Armada”, e sites como a hemeroteca e a DEOPS/SP, que segunda afirma, são essenciais na busca por informações acerca do tema, assim como ensina o passo a passo da maneira mais eficaz de utilizá-los.
Reportagem: Davi Magalhães
Professor orientador: Guilherme Costa