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Debates, oficinas e aprendizados: o Esquenta para o 20º Congresso da Abraji na ESPM-Rio

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Victor Jacó comenta sobre a importância da transparência das informações do judiciário para jornalistas e estudantes no auditório da ESPM Rio, em Esquenta para 20º Congresso da Abraji. Foto: Julia Luparelli

 

Começou hoje o aquecimento para o 20° Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), que ocorrerá de 10 a 13 de julho, em São Paulo. Nesta sexta-feira (04/04), a parceria entre a ESPM Rio, o Jusbrasil e a Abraji promoveu um esquenta para o congresso do meio do ano. Das 9h às 17h, o auditório da faculdade foi palco de uma programação com oficinas, debates e uma entrevista com Fábio Gusmão, autor de “Dona Vitória Joana da Paz”, livro que inspirou o novo filme estrelado por Fernanda Montenegro – ”Vitória”. Jornalistas e estudantes puderam discutir e aprender sobre temas como a cobertura do Judiciário e ferramentas essenciais para uma boa reportagem.

A abertura do encontro foi feita por Pedro Curi, professor e coordenador dos cursos de graduação de Jornalismo e Cinema e Audiovisual da ESPM Rio. Katia Brembatti, presidente da Abraji, editora no Estadão Verifica e professora de jornalismo na Universidade Positivo, deu início à primeira palestra sobre o aplicativo CruzaGrafos. 

Exclusiva para associados da Abraji, a iniciativa trata-se de uma ferramenta gráfica de software livre que serve para aprimorar o exercício do jornalismo investigativo. Dentro da plataforma é possível verificar informações, analisar dados e observar relações em grafos. Segunda Katia, mesmo que estejam em diferentes bancos de dados, jornalistas podem examinar conexões entre diferentes pessoas e instituições: “É um ótimo ponto de partida para perceber relações, para verificações cruzadas. Também é um excelente meio para encontrar novas ideias de pautas. É uma ótima ferramenta de ensino e gosto de apresentá-la aos meus alunos”

Às 10:40, a presidente da Abraji seguiu no tablado para conduzir a oficina sobre a Lei de Acesso à Informação (LAI). Promulgada em 2011, a LAI permite que qualquer pessoa tenha acesso a dados e documentos públicos dos três poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Além disso, sociedades de economia mista e demais entidades controladas, diretamente ou indiretamente pelo governo, e entidades privadas sem fins lucrativos que recebem recursos públicos também podem receber pedidos através da LAI.

Katia é adepta e defensora da LAI, para ela a transparência das informações é fundamental para o jornalismo de boa qualidade que cumpra a função de informar a sociedade. Entretanto, em uma pesquisa feita pela própria Abraji com jornalistas que atuam em redações, mostrou que 48%, quase metade, não costumam usar a LAI no trabalho. 

 

Katia Brembatti explica aos espectadores a importância da Lei de Acesso à Informação (LAI) durante a segunda oficina do dia, no auditório da ESPM Rio. Foto: Maria Eduarda Torres.

Maiá Menezes, vice-presidente da Abraji, explicou que a cultura organizacional do jornalismo, do hard news, e o tempo de espera para as respostas são um dos possíveis motivos para esse baixo índice de uso: “Quando você faz um pedido pela LAI, o órgão tem até vinte dias, com possibilidade de extensão para trinta dias para te responder. E, quando você trabalha em uma redação, você começa e termina uma matéria no mesmo dia, muito dificilmente você terá esse tempo todo para aguardar por uma resposta”.

A presidente da Abraji comentou que a LAI possibilitou o avanço coletivo das políticas de transparência no Brasil, dentre outros benefícios e utilidades: “A LAI obrigou que os Órgãos Públicos tivessem serviços de acesso à informação. É uma chance de brigar por dados, informações e documentos de interesse público, vários desses só se tornaram públicos por causa da LAI. Vale ressaltar que respostas negativas também podem virar pauta, tanto para o jornalismo investigativo, quanto para o “hard news”.

Para fechar o período da manhã, Victor Jacó, coordenador de Comunicação Corporativa do Jusbrasil, conversou com os espectadores sobre a funcionalidade e a importância da empresa na oficina Jusbrasil e uso de dados jurídicos. Com mais de 30 milhões de usuários por mês, 368 jornalistas ativos, sendo o primeiro site jurídico do mundo e com 685 funcionários espalhados por 136 cidades brasileiras, o Jusbrasil é uma instituição privada de tecnologia jurídica que tem como objetivo ser a ponte de acesso a informações jurídica no Brasil.

Victor Jacó apresenta e conta sobre a atuação do Jusbrasil em terceira e última oficina, durante o 1º bloco do Esquenta para o 20º Congresso da Abraji. Foto: Julia Luparelli.

No país, são mais de 90 sistemas jurídicos diferentes e mais de 80 milhões de processos ativos. Com isso em mente, o time do Jusbrasil criou uma plataforma que transforma todos esses sistemas, cada um com sua regulamentação, em um único sistema, com o intuito de facilitar a pesquisa jurídica, a consulta e o acompanhamento processual. 

Victor Jacó, concordando com Katia, afirmou que a transferência das informações do judiciário impacta diretamente no estado democrático de direito: “Nós defendemos o acesso à informação pública e o Jusbrasil tem como um de seus princípios orientar a sociedade sobre o entendimento jurídico”. Ele completou ao dizer que se as informações não fossem públicas, inúmeras instituições não conseguiriam atuar em sua plenitude e que os jornalistas iriam sofrer para escrever matérias: “A gente consegue oferecer aos jornalistas algo que é direito dele e de todos os cidadãos: o acesso à informação”.

 

Foto de Capa: Julia Luparelli

Fotos: Julia Luparelli e Maria Eduarda Torres

Reportagem: Pedro Henrique Mello

Supervisão: Vinicius Carvalho

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