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Crítica: Coraline e o Mundo Secreto

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“Coraline e o Mundo Secreto” (2009) é uma animação em stop-motion que virou um clássico moderno do cinema. Dirigido por Henry Selick e baseado na obra do autor Neil Gaiman (conhecido por “Deuses Americanos” e “Sandman”), o filme conta a história de uma jovem corajosa que descobre um mundo alternativo repleto de mistério e perigo. Agora, 15 anos após o lançamento, retornou aos cinemas e, durante a exibição, foi adicionada uma cena pós-créditos que revelou parte do processo da criação do longa com uma conversa entre os criadores.

O enredo segue Coraline Jones, uma menina que se muda para uma nova casa e encontra uma porta secreta que a leva para um mundo paralelo. Esse outro lugar parece ser uma versão idealizada de sua vida real, com pais mais atenciosos e um ambiente mais vibrante. No entanto, o encantamento inicial logo dá espaço ao terror, à medida que Coraline percebe que esse universo alternativo esconde segredos sombrios, personificados pela figura da “Outra Mãe”.

Apesar de ser uma animação infantil, o filme surpreende ao apresentar temas complexos de forma acessível e envolvente, mesmo com sua classificação. A solidão e insatisfação são retratados em Coraline por meio das lentes de uma criança que se vê em um mundo idealizado que só mostra sua verdadeira face uma vez que contestado. Tal qual uma fábula, aprendemos com o filme que a vida e o mundo perfeito não existem, mas nem por isso devemos deixar de seguir em frente com coragem em busca das coisas as quais acreditamos valer a pena. Coraline também ensina os perigos de se confiar em estranhos, por mais amigáveis que aparentam ser, e mostra como as pessoas não são aquilo que se apresentam.

A estética de Coraline e seu estilo de animação são pontos altos do filme. O longa foi gravado por stop-motion, meio de animação que consiste em fotografia e manipulação de pequenos objetos. Além disso, os elementos mais marcantes da obra de Henry Selick são as claras marcas do uso de terror e suspense, com o sentimento estranho e claustrofóbico de estar sempre sendo observado.

Coraline é frequentemente elogiado pela crítica especializada e pelo público geral, que hoje nutre um sentimento de nostalgia pelo filme. O The New York Times atribuiu a obra os adjetivos “assustador”, “maravilhosamente estranho” e cheio de sentimentos.

A trilha sonora desempenha um papel fundamental na criação da atmosfera misteriosa do filme. A música de fundo mistura melodias suaves com momentos de tensão crescente, acompanhando perfeitamente as transições da narrativa entre o mundo real e o alternativo. A utilização de coros infantis e instrumentos, como o piano, contribui para o sentimento de fascínio, refletindo o tom do filme que oscila entre êxtase e terror.

As dublagens também merecem destaque pela qualidade. Na versão brasileira, a dublagem mantém o alto padrão, com vozes capazes de  transmitir as nuances dos personagens, expressando suas emoções e personalidades de maneira eficaz e necessária para envolver o público. A atriz, dubladora e cantora Lina Mendes, que empresta sua voz à Coraline, entrega uma performance que reflete tanto a curiosidade quanto a coragem da protagonista, preservando os elementos fundamentais para a experiência de assistir o filme.

O filme teve uma grande influência na cultura popular, considerado um clássico da animação e amplamente aclamado pela crítica e pelo público. Responsável por marcar uma geração de espectadores, Coraline deixou um legado duradouro na indústria cinematográfica.

Crítica: Davi Magalhães e Luana Bentes

Supervisão: Joana Braga e Vinicius Nunes

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