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ONG PETA protesta novamente em desfile da Fashion Week SS24 contra os maus-tratos aos animais na indústria da moda

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A ONG PETA ( Pessoas pela Ética no Tratamento de Animais) invadiu mais um desfile nas semanas de moda de 2023. Desta vez no show da Hermés, em Paris, na última semana. Com um cartaz em mãos, uma mulher entrou no desfile exibindo a frase “Hermés: pare de usar peles exóticas!”, em inglês e francês. Esse protesto foi só um dos exemplos de vários que foram promovidos no último mês pela ONG, que é conhecida por fazer manifestações na indústria fashion desde os anos 90. 

Além do protesto em Paris, a temporada de moda de 2023 já começou com um protesto da PETA no desfile da Coach em Nova York no início de setembro. E no mesmo estilo do protesto na França, duas mulheres desfilaram na passarela carregando a mensagem “Coach: o couro mata” que denunciava o material utilizado pela marca. Nas semanas seguintes, tanto em Milão quanto em Londres manifestações parecidas e também feitas pela mesma ONG aconteceram. Concluindo a temporada de 2023 com quatro protestos, nas quatro maiores semanas de moda do mundo. 

Protestantes do PETA no desfile de primavera 2024 da Coach, em Nova York, setembro de 2023. No cartaz e na pintura corporal, as palavras “Coach: o couro mata” (Foto: Getty Images)

Ativista da PETA invade desfile da Gucci com cartaz que diz: “Deixem de usar pele exótica” na semana de moda de Milão — Foto: REUTERS/Claudia Greco

 

Segundo a ativista ambiental Karine Silvestre “Os ativistas tem como objetivo mudar a mentalidade e ética da humanidade para um futuro positivo e respeitoso a estes seres”. Ela afirma que a intenção de protestos como esse é informar e conscientizar, mesmo que a prática às vezes seja feita de maneira turbulenta. 

Ainda segundo Karine, o que mais dificulta a disseminação de conhecimento a respeito do relacionamento do universo da moda com os direitos dos animais são as próprias marcas e a não conscientização dos consumidores. O que mostra qual seria o objetivo da PETA,  uma organização não governamental que atua mundialmente na defesa  dos direitos dos animais e que se manifesta de diversas formas. No âmbito fashion, os protestos em desfiles de grande escala são um de seus principais recursos.

O lema da ONG é “Os animais não são nossos para comer, vestir, usar em experimentos ou usar para entretenimento”, na tradução para o português. De acordo com a mestra em ciências ambientais e professora de moda Lylian Berlin: “ A PETA  sempre foi ao centro com muita força na moda, ela é uma das ONGs mais antigas que aborda a sustentabilidade da indústria têxtil global, da moda, fazendo denúncias”.

No universo fashion, a PETA é constantemente questionada por seus métodos de denúncia. Ao mesmo tempo que para alguns, ações marcantes como a invasão de desfiles causam um grande impacto. Na visão de outros, ações desse tipo são algo exagerado, desrespeitoso e não eficaz. 

O principal evento do ano para a indústria da moda é a temporada de semanas de moda que acontecem em  algumas metrópoles como Paris, Nova York, Milão, Londres etc. Nessas datas as marcas apresentam suas coleções ao público e a imprensa determinando o que estará na moda e o que estará fora para a próxima temporada.  

São nesses períodos que muitos dos protestos acontecem, por ser uma época em que a mídia está focada em cobrir as novas tendências das grandes marcas. Lylian afirma como esses eventos são escolhidos para as manifestações  justamente por seu alcance, “Dentro de um desfile que é difundido por todas as redes, globalmente essas ações despertam a consciência das pessoas e elas dão visibilidade à questão animal”.

É nítida a pressão que a moda tem recebido para mudar sua maneira de agir em relação ao meio ambiente e aos que vivem nele. Por isso, muitas marcas e estilistas estão mudando sua postura em relação a esses assuntos. Um exemplo de iniciativa é a estilista Stella McCartney, como explica a designer Rafaella Guadagnin: “Stella é uma designer de moda vegetariana, que trabalha com materiais sustentáveis e veganos sem deixar de lado a estética da moda”

Em seu último desfile na Paris Fashion Week, no dia 02 de outubro, a estilista apresentou uma linha de roupas produzida com 95% de materiais ecológicos. O evento contou também com uma feira de produtos sustentáveis, que reforça o comprometimento de Stella com a moda ecológica. 

Atualmente diversas opções têm sido criadas para substituir materiais antes feitos a partir de animais. “Hoje temos várias alternativas para substituí-los como o couro sustentável, que gasta menos água e é biodegradável, assim como existem possibilidades vindas até mesmo do abacaxi e cactos” conclui Guadagnin.

Reportagem: Mariana Aguiar

Supervisão: Júlia Vianna

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