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Projeta Brasil, 20 anos

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Nesta terça-feira começou a 20ª edição do Projeta Brasil, da Cinemark, que  tem como objetivo valorizar o cinema nacional, com ingressos à 4 reais. Toda a programação em 83, das 86 unidades da rede, será direcionada apenas para filmes nacionais, como: “Se eu fosse você”, “Nosso Lar”, “Bacurau” e outros 47 títulos que retornam às telonas em todo o país.

Todo o dinheiro arrecadado com os ingressos das 617 salas será revertido para programas educativos e de incentivo à produção audiovisual brasileira. Esse ano terá como novidade a inclusão de filmes para o público infantojuvenil, que serão exibidos no sábado (16). Neste dia, o Projeta contará com filmes como “Cinderela Pop”, “Turma da Mônica- Laços” e “Detetives do Prédio Azul 2”. A programação de hoje contará pela primeira vez com a digitalização de filmes antigos, como: “Carlota Joaquina – a princesa do Brazil”.

Em nota, a diretora de marketing da Cinemark Brasil, Bettina Boklis, explicou o motivo da decisão de digitalização: “Ao incluir na programação esses grandes clássicos, em versão digitalizada, queremos festejar a história do Projeta, que se mistura com a do cinema brasileiro nessas duas décadas”. Ela conta também que o Projeta já levou 2,7 milhões de pessoas a assistirem 505 filmes nacionais nos últimos 19 anos.

O projeto ajuda na formação para o cinema nacional, segundo Lia Bahia, professora do curso de Cinema e Audiovisual da ESPM Rio. Ela diz também que o preço acessível estimula a procura. “É uma iniciativa importante, contudo não é suficiente uma vez que sabemos que só existem salas de cinema em 10% dos municípios brasileiros”, explica.

Lia ainda acrescenta que o cinema nacional se transformou em função das novas tecnologias e das políticas públicas democráticas, que aconteceram entre 2003 e 2016. Para ela, o hábito de consumo e acesso aos filmes nacionais se expandiu e se diversificou. Segundo dados da Ancine, apenas 17% da população frequenta as salas de cinema no país, no entanto, mais de 80% consome conteúdo audiovisual em casa.

Projetos que estimulem a ocupação de espaços cinematográficos são válidos, especialmente se tratando da esfera nacional, segundo a estudante de Cinema e Audiovisual da UFF, Maria Eduarda D’Elia. Entretanto, ela critica o Projeta Brasil alegando que este provavelmente alcançará apenas o público que já acompanha a programação e, por isso, não democratiza o cinema amplamente. Mas ainda assim sua opinião sobre a perspectiva do cinema nacional é de crescimento: “O cinema nacional tende, historicamente, a ressurgir em momentos de crise e agora não será diferente”. Apesar disso, o número de ingressos vendidos diminuiu pelo segundo ano consecutivo em 2018, atingindo apenas 161 milhões, 12,6% menor que o ano anterior, segundo a Ancine.

Reportagem: Bárbara Beatriz Camello, Carolina Oliveira, Diana Campos e Yan Lacerda.