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Precisamos falar sobre bullying

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O bullying é caracterizado como uma prática de atos violentos, intencionais e repetidos contra uma pessoa indefesa. Nas escolas brasileiras, o ambiente é duas vezes mais suscetível  ao bullying em comparação à instituições de ensino de outros 48 países, de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Esse tipo de agressão pode causar além de danos físicos, problemas psicológicos às vítimas, como a depressão, distúrbios comportamentais e até o suicídio. A Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrou que entre 2002 e 2012, houve um aumento de 40% na taxa de suicídio entre crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. A cada 40 segundos uma morte deste tipo é registrada.

Há também casos onde as vítimas superam esse trauma. A estudante de medicina de 19 anos, Ana Carolina Melo, conta que aos 13 anos, sofreu muito com o bullying. “Eu me sentia muito excluída, sem meu espaço, desconfortável. As horas dentro de sala de aula eram infinitas, principalmente no intervalo entre a troca de professores, que ninguém falava comigo e eu não tinha como falar com meus amigos de outras turmas.” Ela conta também que, por conta de sua reclusão causada pelo bullying, os alunos de sua sala começaram a especular sobre sua vida. “Começaram  comentários de que eu era lésbica, era uma época que ninguém era muito dessa questão LGBT, isso me incomodou muito.”

A professora Angela Antelo afirma que o bullying pode afetar as tarefas diárias das pessoas, elas podem ficar desfocadas daquilo que realmente interessa, o que prejudica a aprendizagem e, consequentemente, seu rendimento escolar. Ela explica também que para superar o bullying, é preciso conversar sobre ele. “Falar com a família, com as autoridades, falar com professores, diretores e gestores, para que aquele que provoca o bullying seja de alguma forma alertado ou, infelizmente, até punido pela prática que veio ocasionando nos outros.”

Foi isso que inspirou a jovem Suellen Castro a criar o Projeto Luz Negra. Ela sofreu bullying aos 13 anos e diz que isso mudou sua vida. Com o objetivo de se aceitar e trazer a sensação de autoconfiança para as mulheres e homens negros, ela começou a entrar em contato com fotógrafos e maquiadores que logo acataram sua ideia de fazer sessões de fotos que promovessem a beleza negra. Confira no vídeo um pouco mais sobre sua história e o Projeto Luz Negra.

Reportagem por Ana Júlia Oliveira e Mariana Colpas

Vídeo por Mariana Colpas

 

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