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Movimentos antivacina: problema ou solução?

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Os movimentos antivacina surgiram em 1998, e tiveram como protagonista o médico britânico Andrew Wakefield. Ele afirmava que a vacina era o motivo pelo qual seus pacientes tinham autismo. Alguns anos depois, a pesquisa foi taxada como caluniosa, e Andrew foi culpado por fraude e conspiração na Inglaterra, sendo expulso da comunidade médica.

Nathalia Thompson, infectologista, afirma que a probabilidade de efeitos colaterais das vacinas são pequenas e que, no geral, vale a pena correr o risco. “Em geral pessoas com imunodeficiência podem ter restrições a algumas vacinas, mas mesmo esse público deve sempre se orientar pois algumas vacinas não só são aconselháveis, como também são indicadas por protegerem esse grupo mais vulnerável”. Outro caso que poderia contraindicar a vacinação seria uma alergia a algum componente presente na vacina, complementa Thompson.

“Você deixar de oferecer proteção contra algo evitável, é como se não colocasse o cinto de segurança no seu filho”. Ao contrário dos participantes do movimento antivacinação, a médica considera esses procedimentos essenciais para a vida saudável. “Acredito que os efeitos colaterais sejam os principais motivos das campanhas anti-vacinas. Mas quando comparados aos danos do adoecimento, eles são mínimos. A vacinação tem o papel de proteger a comunidade.”

Silvia Cunha tem 69 anos e só se vacinou 2 vezes. Uma foi contra a rubéola, há 42 anos, e a da febre amarela, no ano passado. “A de rubéola foi só para poder entrar na Alemanha quando meu marido foi a trabalho. A outra foi por causa do meu sítio, lá é uma área de muito mato e meus filhos e netos me convenceram a tomar”. De acordo com Silvia, ela nunca se vacinou porque morava no interior de Minas Gerais, não possuía acesso à vacinação e, por isso, nunca se preocupou em ser vacinada. “Nunca peguei nenhuma doença, então não vejo necessidade”, contou.                  

Mestre em doenças infecciosas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Adriane Cruz, explica que, com exceção da água potável, nenhum outro método teve efeito maior do que o causado pela vacina na redução da mortalidade na população. “É preciso entender que não há doença imunoprevenível branda. E ainda mais importante, a vacina não é exclusividade da faixa etária pediátrica. Vacina é para a vida toda”. Ela comenta que a falta de informação é o que impera nas pessoas que são contra a vacinação. ” É importante esclarecer, acompanhar e fornecer dados científicos embasados. Educação é a alma de tudo”.

A vacinação contra a Influenza está em curso em todo o Brasil pelas próximas duas semanas, e conseguiu atingir apenas 47,67% de sua população alvo, segundo números fornecidos pelo Sistema Único de Saúde. Confira no gráfico abaixo dados sobre os grupos que receberam a medicação.

Matéria: Bárbara Beatriz Camello, Diana Campos, Lucas Pires, Maria Eduarda Volta e Mariana Colpas.

Infográfico: Maria Eduarda Volta.

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