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Além de entretenimento, representatividade.

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O assunto representatividade de minorias como mulheres, negros e pessoas da comunidade LGBTQI+ está em pauta no mundo e é possível encontrar dados como o da “Inequality in 900 popular films” (“Desigualdade em 900 filmes populares”) onde mostra que, nos 100 filmes de maior bilheteria, apenas 5,6% tinham protagonistas negros.

Falar deste assunto em relação ao universo infantil é ainda mais crucial, pois as crianças passam cada vez mais tempo em frente de telas, assistindo filmes e desenhos animados. Segundo a pesquisa de 2018, da revista Crescer, 47% das crianças de até 8 anos de idade passam mais de três horas em contato com a tecnologia. 

A psicóloga Mariana Ambrosio Lage entende que a representatividade nos filmes além de desenvolver empatia, ajuda no desenvolvimento da criança, “nós sempre buscamos algo com que nos identificar”. Para ela,  se ver representado dá a sensação de acolhimento e apoio.

Barbara Souza, estudante de direito e ativista do movimento negro, afirma que “o desenho animado vai muito além de entreter uma criança”. Ela ainda reforça que a representatividade é mais do que ver na TV uma pessoa com a mesma cor, “é a criança desde cedo perceber que ela pertence aquele espaço e que seus traços e seu cabelo são bonitos e devem ser valorizados”. 

A pedagoga Ana Claudia Conceição acredita que falta representatividade da forma como as famílias são retratadas. “Hoje não temos somente a família tradicional, o pai, a mãe e os irmãos em casa. Na escola em que atuo, muitos alunos são filhos de pais separados, onde muitos moram com a mãe e não tem contato com o pai e vice e versa”, conclui.

Star contra as forças do mal. Foto: Divulgação

“Eu não consigo lembrar de nenhum protagonista LGBTQI+ em filme de grande divulgação”. É o que diz o jornalista Yuri Fernandes, que acredita que a representatividade aumentou. O jornalista ainda enxerga que, hoje em dia, crianças e adolescentes conseguem se enxergar na mídia, o que em sua infância era algo impossível de acontecer, “mas ainda é longe do ideal”.

Para ele, a inclusão de mais personagens LGBTQI+ em programas infantis ajudaria a quebrar o modelo heteronormativo. “A partir do momento que você mostrar que tudo bem ser e respeitar os LGBTs, as crianças crescem sem o pensamento preconceituoso”, conclui.

Em contraponto, a psicanalista,  Fernanda Guapyassú não vê a representatividade em filmes como a única forma de identificação com o mundo. “Óbvio que a sociedade nos limita e é importante”, mas, segundo ela, a base da formação está no pai e na mãe e da forma como eles veem a sociedade.

 

Reportagem: Ana Júlia Oliveira, Carolina Oliveira, Diana Campos, João Victor Thomaz, Juliana Anjos, Renan Adnet e Yan Lacerda