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Outubro é conhecido por ser o mês onde são celebrados anualmente a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama. A fundação Susan G Komen for the cure criou esse movimento na década de 1990, com o objetivo de compartilhar informações sobre a doença, e mais recentemente também sobre o câncer de colo de útero. Além disso, busca proporcionar maior acesso aos serviços de diagnósticos, a fim de contribuir para a diminuição da mortalidade. O mês é chamado de Outubro Rosa, que remete à cor do laço usado internacionalmente como símbolo por organizações e empresas que compram a ideia da luta.  

Esse é um câncer de difícil prevenção já que a doença está ligada aos hábitos de vida e ao histórico familiar. No entanto, quando descoberta precocemente, com o tumor ainda com menos de um centímetro, possibilita a cura em 90% dos casos. “A minha trajetória não foi muito difícil, porque  tive um apoio muito grande da minha família e do meus amigos”, conta Júlia do Amor Divino, de 64 anos. Ela explica que soube do câncer em 2011, e conseguiu operar no mesmo ano: “Fiz todo procedimento pelo SUS sem pagar nada, fui muito bem atendida por todos”.

Mas não são em todos os casos que isso acontece. Dados de 2019 dos Registros Hospitalares de Câncer mostram que o estado do Rio de Janeiro é o que menos cumpre a Lei dos 60 dias, proposta aprovada em 2012 que explica que o tratamento da doença deve começar no máximo 60 dias após o resultado da biópsia que confirma que o tumor é maligno. “O governo só chega no mês de outubro coloca uma corzinha rosa no Cristo, nos trens, nos ônibus mas é isso. Por conta dele não acontece nada”, afirma Zuleika Costa, de 66 anos.

Zuleika descobriu o câncer de mama em 2016, realizando o autoexame. Conta que passou por dificuldades no processo de superação da doença: “A trajetória não foi muito boa né. Tive que fazer 12 quimioterapias e 35 radioterapias”. Para ela é impossível conseguir algum progresso sem um bom plano de saúde. “Tem pessoas que ficam meses esperando para fazer um exame de mamografia, e às vezes quando fazem é tarde demais”.

A primeira iniciativa brasileira para conscientizar a população em relação ao câncer de mama e ao de colo de útero aconteceu há 17 anos, em 2002, quando o Obelisco do Ibirapuera recebeu iluminação rosa. Só em 2008 as entidades brasileiras ligadas ao câncer de mama passaram a participar da campanha e começaram a iluminar prédios e monumentos de suas cidades. Dois anos depois o Instituto Nacional do Câncer José de Alencar Gomes da Silva iniciou sua participação, divulgando informações e distribuindo materiais informativos para profissionais da saúde e população.

De acordo com Denise Biangolino, 38, médica mastologista, há um aumento de consultas e exames ao longo do mês de outubro. Entretanto os números caem logo após a campanha: “Ainda temos uma cobertura de mamografia muito abaixo da recomendada pela Organização Mundial de Saúde”. Denise finaliza lembrando que o recomendado pela Sociedade Brasileira de Mastologia para o rastreio de mulheres com risco habitual de desenvolver a doença é a consulta com o mastologista ou ginecologista e a realização da Mamografia anualmente após os 40 anos.

Reportagem: Bárbara Beatriz Camello, Beatriz Aguiar, Felipe Roza e Larissa de Oliveira.

Infográfico: Maria Luísa Martins e Nestor Ahrends.

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