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Terra em déficit

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A exploração de recursos naturais é necessária para a sobrevivência humana. Ela inclui a utilização de elementos que são tratados conforme renováveis, como petróleo, carvão, e água. No entanto, as reservas desses produtos são escassas, e se usadas de forma excessiva, irão se esgotar ainda mais cedo a cada ano. De acordo com a organização de pesquisa internacional sem fins lucrativos, Global Footprint Network, o planeta terra, no dia 29 de agosto, esgotou seu ponto máximo de uso dos recursos sem que possa causar qualquer dano ao meio ambiente.

O planeta entrou em um déficit de recursos naturais em 1970 e, desde então, a humanidade tem consumido de forma crescente. A velocidade de exploração do mundo em um período de um ano é maior do que 74% da capacidade que a Terra tem de se regenerar. De acordo com o biólogo Mario Moscatelli, pouca coisa mudou em relação à forma predatória como utilizamos o ambiente, diferente da velocidade em que ele se degrada. “Um dia nem o cheque especial cobrirá o rombo, então você vai perdendo o pouco que tem e finalmente entra em falência. Isso é o que irá acontecer se continuarmos agindo da forma que agimos com o ambiente, tirando mais do que ele pode dar e repor.” 

O aumento da população mundial consequentemente proporciona o uso abusivo dos recursos naturais. Dessa forma, a cada ano, a humanidade utiliza ainda mais áreas florestais, de pastagem, pesca e emite muito mais CO2 do que o mundo pode absorver. Isso influencia para que mais catástrofes ambientais venham a ocorrer, Mário comenta também que a partir desse princípio vamos gerar um novo equilíbrio, onde o que temos hoje será diferente amanhã. “Isso é um fato que é natural na vida do planeta sempre em mutação, em movimento. Resta saber qual o lugar que caberá ao ser humano nessa mudança”.

Para que possamos reduzir a data do Dia da Sobrecarga, que marca quando o consumo dos recursos ultrapassa os limites de regeneração, precisamos que o consumismo sem consciência passe a ser sustentável. Conforme o ambientalista Eduardo Bernhardt, o Brasil tem uma condição para essa prática, pois embora exista o consumismo, ele não chega aos pés do que é em um país subdesenvolvido. “A conscientização ambiental e a educação podem trazer resultados práticos a custos muito baixos, e em tempo muito curto, isso vai com certeza diminuir a pressão que a gente exerce como nação nos recursos naturais.”

Para que possamos alcançar um equilíbrio ambiental até 2050, necessitamos que novas políticas ambientais sejam criadas e que mecanismos de monitoramentos possibilitem a redução de impactos. Para a estudante de Oceanografia, Nara de Oliveira, não é impossível que essa mudança ocorra. “A galera que quer fazer alguma coisa para somar e mudar o cenário atual, pode-se juntar e ir para as ruas, mas precisa de força de vontade. Dá pra fazer algo bem ecológico e social”.

         Com esse pensamento a UERJ, terá uma embarcação exclusiva para o desenvolvimento de pesquisas e projetos em alto mar. Segundo a direção da Faculdade de Oceanografia, FAOC, a estruturação já foi finalizada e todos os custos quitados, transformando a instituição na primeira universidade estadual com uma embarcação voltada para a exploração marítima. 

Reportagem: Beatriz Aguiar

 

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