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ESPM 50 anos: veja como foi a palestra “Futuro da Educação”

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Nesta quarta-feira (9), a ESPM sediou no auditório a palestra “Futuro da Educação”, que contou com a participação especialistas na área da educação, além da colaboração de diretores de colégios parceiros. O intuito é apresentar as perspectivas educacionais para o futuro, levando em consideração diversos fatores da atualidade. Essa palestra  faz parte de uma série de eventos que acontecem do dia 7 a 12 de outubro, em comemoração aos 50 anos da instituição na cidade do Rio de Janeiro. 

Mediada pela jornalista e professora Lucia Santa Cruz, a roda de conversa incluiu nomes como João Alegria, Secretário Geral da Fundação Roberto Marinho, Tatsuo Iwata, Vice-Presidente Acadêmico da ESPM, Rosely Sayão, psicóloga e especialista em comportamento educacional, e Carol Pavanelli, Head pedagógica e Sócia da Edutech Árvore.

Os palestrantes tiveram 20 minutos para expor suas perspectivas para o futuro, e no final foi aberto para que respondessem perguntas da plateia. Os tópicos mais citados foram questões ligadas a comportamentos pós-pandemia, a dependência dos jovens em relação aos pais, e os impactos da tecnologia para o aprendizado.

Rosely Sayão aborda a mentalidade e o desenvolvimento dos adolescentes atuais, que sofrem com as sequelas de terem vivido o início da puberdade confinados em casa pela pandemia. A psicóloga ainda afirma que muitos adolescentes possuem um pensamento incorreto na hora de escolher a carreira. Na análise da profissional, existe um consenso equivocado entre os jovens de que, a partir do momento que escolhem suas carreiras, estão fadados a seguir essa determinada escolha por toda a vida: “Eu vejo que ainda há conceitos muito antigos influenciando jovens do mundo atual a fazerem suas escolhas.”

Carol Pavanelli frisa a importância do ambiente escolar no processo de aprendizagem. Na visão da pedagoga, “existe todo um caráter de interação, de construção de habilidades socioemocionais, de convivência, que só o ambiente escolar permite’. Neste sentido, Pavanelli questiona a real eficácia da prática do homeschooling, ou “educação em casa”. Apesar da crítica a esse modelo de estudo, ela reconhece que é uma prática que vem sendo cada vez mais comum, e apoiada por pais e algumas correntes de educadores. No entanto, ainda é um assunto controverso, motivo de debates no meio pedagógico sobre seus efeitos a longo prazo nas habilidades sociais das crianças. 

Carol Pavanelli defende o ambiente escolar como espaço fundamental para formação dos alunos (Foto: Davi Magalhães)

Em sua palestra, Carol também aborda o equilíbrio do uso de telas na educação de crianças e como unir a tecnologia à sala de aula. Ela reforça que as redes sociais podem também ser aliadas do processo de aprendizado, e usa como exemplo um vídeo viral postado na rede TikTok, que levou Machado de Assis de volta ao ranking de autores mais vendidos do Brasil. 

João Alegria também levantou a presença inevitável de novas tecnologias no meio da educação, e ainda reflete sobre métodos para fazer bom proveito disso: “A gente precisa olhar para o acesso infantil a telas digitais de uma maneira bem cuidadosa e crítica, organizando isso por diferentes faixas etárias dentro da infância, e principalmente começando com o não-acesso à telas”. Ele ressalta que isso não significa banir completamente o acesso digital, mas dosar conforme a idade, buscando letrar a criança no uso tecnológico. 

João Alegria esteve como representante da Fundação Roberto Marinho (Foto: Davi Magalhães)

Tatsuo Iwata fala sobre preparar a nova geração para o futuro e personalizar o aprendizado, fazendo uso de diferentes tecnologias e tirando proveito do que elas oferecem: “O mais importante é que as novas tecnologias e as mudanças pelas quais a sociedade passa oportunizam que a gente construa diferente, que a gente construa um novo, uma nova posição profissional, que a gente construa um novo caminho, que a gente construa uma nova experiência”. Para ele, é importante buscar uma escola sem definições e limites para a aprendizagem, que não eduque da forma linear e tradicional, mas busque um meio em que o estudante é o protagonista em um caminho de conhecimento.

Tatsuo Iwata comenta sobre a importância de fazer bom uso da tecnologia para potencializar a aprendizagem (Foto: Davi Magalhães)

 

Capa: Davi Magalhães

Reportagem: Julia Novaes e Taís Vianna

Supervisão: Carolina Dorfman e Vincius Nunes