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Entre saques e suores: Rio Open desafia o calorão carioca e exige cuidados extras com a pele.

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Em meio ao calor extremo, o Rio Open começa nesta segunda (17/02). A fase qualificatória do campeonato aconteceu no último final de semana e as altas temperaturas já se fizeram presentes. O principal torneio de tênis da América do Sul é um dos eventos mais importantes do ATP Tour no saibro e vai receber atletas de alto nível, como Alexander Zverev, atual número 2 no ranking mundial, e João Fonseca, promessa do tênis brasileiro.

Às 12:35 desta segunda-feira a cidade do Rio de Janeiro alcançou o nível de Calor 4, o que significa que altos índices de temperatura foram registrados com a previsão de permanência ou aumento durante, pelo menos, os próximos três dias. Esse é o primeiro verão carioca com o protocolo de calor do Centro de Operações, lançado em junho de 2024. Essa medida monitora e classifica as ondas de calor em até 5 níveis, enviando avisos e recomendações à população. 

Esses níveis são definidos a partir do índice de calor, uma combinação entre as temperaturas médias e a umidade relativa do ar, e eles também avaliam a incidência dos raios ultravioletas. Segundo o Alerta Rio, o fator que explica as altas temperaturas é a influência de um sistema de alta pressão no Oceano Atlântico. 

Com os altos índices dos Raios UV, o uso de protetor solar deve se tornar uma preocupação constante para evitar o câncer de pele. Em uma estimativa realizada pelo Ministério da Saúde juntamente com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o número de novos casos desse tipo de câncer para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de mais de 220 mil. 

Que o Rio Open será escaldante já é um fato e a proteção solar é tão essencial quanto a raquete. De acordo com a dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Ana Maria Rabello, a exposição excessiva aos raios solares é um perigo para os atletas. “Os tenistas podem desidratar com o calor e o ideal é beber muita água. Se não usarem Fator de Proteção Solar (FPS) podem ter queimaduras de forma excessiva”, afirma a dermatologista.

Segundo Ana Maria, usar FPS todos os dias, dupla camada, é o ideal para prevenir o envelhecimento precoce da pele e o câncer de pele. Ela também alerta para os perigos àqueles com peles muito brancas (na escala de Fitzpatrick usada na classificação de tipos de pele) fototipo 1 e 2. “Devem ter muito cuidado pois o efeito do sol é cumulativo. Se você tomou sol a vida toda, aos 70 anos você pode ter câncer e outras lesões relacionadas a exposição gradativa ao sol. Andar sempre na sombra e optar pela não exposição solar é recomendado. Hoje já existem diversos tratamentos para fotoenvelhecimento”.

Casper Rudd, tenista número 5 do mundo, publicou hoje na rede social “X” sobre o clima quente do Rio e a admiração com os atletas que estarão em quadra. “Dê um pouco de respeito aos nomes de todos os jogadores que competem no Rio Open esta semana!! Possivelmente o teste físico mais difícil que você encontrará no circuito da ATP. Esforço incrível!!”. O norueguês participou de quatro edições seguidas do torneio: 2017, 2018, 2019 e 2020.

Esta vai ser a 11ª edição do Rio Open e promete ser uma das mais prestigiadas da história da competição. De acordo com o Jornal O Globo, o Rio Open 2025 deve atrair 25% mais profissionais da imprensa nacional e internacional em comparação com as demais edições, mesmo disputando a atenção com torneios logisticamente mais atraentes aos atletas europeus e em um momento em que vários tenistas atuam em quadras duras ao invés do saibro. 

Rafaela Nakane, aluna de Estudos de Mídia da PUC-Rio, compareceu ao Rio Open durante o qualifying e contou que em decorrência do calor extremo optou por usar roupas mais frescas, além de ter se hidratado o tempo todo. “Foi bem desconfortável ficar no calor das arquibancadas, da próxima vez levaria um leque. Por sorte havia bebedouros pelo evento, mas você tinha que ter sua garrafa ou comprar, e a água estava quente”.

Gabriel Salerno, aluno de Computação da Universidade Federal Fluminense, também foi ao evento e falou sobre sua experiência e o que espera para o restante do torneio. “Superou minhas expectativas, gostei bastante do evento. Gostaria de voltar para assistir mais partidas e aproveitar mais os diversos stands que tem na área fora das quadras. Minha expectativa é que tenhamos boas partidas, um torneio competitivo e com os brasileiros indo longe”.

Partida entre o argentino Ugo Carabelli e o chileno Barrios Vera pelo qualifying (16/02) na quadra Guga Kuerten, estádio central do Rio Open 25 com capacidade para 6.200 pessoas. Foto: Rafaela Nakane

 

O tenista João Fonseca

Nas dez edições anteriores, nenhum brasileiro atingiu o feito de ser campeão em solo nacional. João Fonseca, de 18 anos, atual vencedor do ATP 250 de Buenos Aires, pode alcançar marcas históricas nesta edição do torneio e se tornar o primeiro brasileiro campeão de simples no Rio – Rafael Matos foi campeão de duplas em 2024, ao lado de Nicolas Barrientos. Além disso, João pode ser o primeiro tenista a ganhar o Argentina Open e o Rio Open de forma consecutiva.

Os dez campeões da história do Rio Open foram: Rafael Nadal (2014), David Ferrer (2015), Pablo Cuevas (2016), Dominic Thiem (2017), Diego Schwartzman (2018), Laslo Djere (2019), Cristian Garín (2020), Carlos Alcaraz (2022), Cameron Norrie (2023) e Sebastián Baez (2024). No ano de 2021 a competição não aconteceu por causa da pandemia de Covid-19.

Em 2024, João chegava ao Rio Open ocupando a posição 655º do ranking mundial de tênis. Após ser campeão do Challenger de Lexington, Challenger de Camberra, Next Gen Finals e Argentina Open, o tenista ocupa hoje a posição 68º do mundo. O atleta joga apenas amanhã (18/02), e a chave principal de segunda-feira conta com os brasileiros: Fernando Meligeni Alves, Gustavo Heide, Thiago Monteiro e Thiago Wild. 

 

Capa: Júlia Mota

Apuração: Bebeto de Pinho, Taís Vianna e Yan Fernandes

Reportagem: Júlia Mota, Pedro Henrique Mello e Taís Vianna

Supervisão: Vinicius Carvalho

 

 

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