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Dublagem em tempos de isolamento

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Quando assistimos a filmes, prestamos atenção no cenário, nos atores e na história. Mas uma parte fundamental das obras audiovisuais, a dublagem, muitas vezes não recebe tanta atenção. Entretanto, sem esse artifício, a obra fica sem sua identidade e impossibilita o entendimento de grande parte do público. 

A dublagem teve seu início no Brasil, em 1937, com a animação Branca de Neve e os Sete Anões. Ela tem evoluído com o passar dos anos, com os profissionais da área se aperfeiçoando cada vez mais. Embora muitos brasileiros a critiquem, a dublagem brasileira é aclamada internacionalmente, como afirma o dublador Felipe Zilse: “É muito valorizada lá fora, a nossa dublagem. Inclusive, a gente dubla para Portugal, Angola, para países de língua portuguesa também. Muitas vezes é a nossa dublagem que vai”. Zilse é responsável por dar voz a personagens como Djin Djarin, de Mandalorian e Jesse Pinkman, do seriado Breaking Bad.

Reprodução/Disney

Muitas vezes, a justificativa de quem prefere assistir filmes legendados é uma suposta “perda de emoção” e a vontade de ouvir as vozes originais na tela. A atriz e cantora Gottsha, que já dublou desenhos como Monstros S.A e Enrolados, aconselha o público a também escutar em português: “Comparem. Porque tem tanta gente boa, tanta gente surgindo, incrível. Vozes que a gente nem acredita que tá ouvindo, que são brasileiros e que nos orgulham”, destaca.

Reprodução/Disney

Com a pandemia, todo o processo de produção foi alterado. Se antes tinham a possibilidade de frequentar grandes estúdios, agora os dubladores encaram uma nova realidade, improvisando estruturas para dublarem de suas casas. “A galera tem se virado, compraram cabines, se viram com edredom para abafar o som, mas os profissionais da mixagem sofrem porque não tem o trato acústico.” relatou Felipe Zilse. A adaptação foi um processo duro para todos, no entanto, os dubladores já consolidados no mercado tiveram mais facilidade para lidar com o momento e administrar os trabalhos.

 

Devido às mudanças ocorridas dentro da profissão nesse período, a inserção de novos profissionais dentro desse mercado de trabalho se tornou ainda mais complicada. O estudante de dublagem, Leonardo Brasil, acredita que os produtores preferiram nomes com mais experiência para exercerem o trabalho durante esse período: “Eles queriam manter dubladores consagrados, renomados e de confiança para se adaptarem ao novo modelo”, comentou. 

 

Apesar das incertezas, a pandemia trouxe transformações significativas no modelo de trabalho desses profissionais. O trabalho remoto, assim como em outras áreas, cresceu, o que foi possível devido aos avanços tecnológicos. Essa adaptação é uma tendência para os próximos anos e deve se consolidar.

Reportagem: Arthur Vilela, Felipe Roza, João Pedro Camero, Lucas Guimarães, Pedro Ribeiro e Tiago Tassi.

Supervisão: Camila Hucs e Yan Lacerda

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