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Aulas presenciais: escolas particulares aplicam sistema de rodízio

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Algumas escolas da rede particular estão começando a voltar à antiga rotina de estudos. Os estudantes, juntamente com suas famílias, escolhem de que forma o aluno assistirá às aulas, já que terá a opção de seguir com o ensino remoto ou de maneira presencial. Os colégios estão agindo de maneira a não prejudicar quem decidiu permanecer em casa, já que também serão transmitidas ao vivo.

A decisão da retomada foi feita pela Justiça no dia 30 de setembro, e desde então as escolas já estão funcionando para uma parte dos estudantes e com todas as medidas de segurança sendo asseguradas propostas pela OMS. A prioridade, no momento, é para alunos a partir do 9º ano do Ensino Fundamental até o 3º ano do Ensino Médio. 

Luísa Melo está no último ano e pretende prestar o vestibular para Arquitetura e Urbanismo. Ela conta que ao chegar à instituição eles medem a temperatura dos estudantes, além de dispor álcool em gel e tapetes desinfetantes em todas as entradas. “Eu acho que está dando certo e os alunos e funcionários estão respeitando bastante isso”. 

A estudante também fala sobre a dificuldade de se manter motivada para as aulas online e as formas que encontrou para cuidar de sua saúde mental. Ela conta que não apenas começou a praticar yoga, como também começou a fazer meditação e atividades físicas. No entanto, alega que, durante o sistema de EAD, sentia falta da sensação de suporte fornecida pela convivência. “Eu sinto que a minha relação e a relação dos meus amigos com os professores claramente foi afetada”, disse. 

A vestibulanda Rebeca Canedo, de 17 anos, relata que seu ano de vestibular não está sendo como ela imaginava e que não consegue manter uma rotina de estudos. Para ela, que tinha aulas no período da manhã e da tarde, manter o foco nas provas admissionais era mais fácil presencialmente. “Eu podia estar fazendo outra coisa, algum outro exercício relacionado à escola, eu estaria estudando da mesma forma. Mas, em casa, se eu não estou prestando atenção, eu posso dormir ou posso ver série ou ouvir música.”, contou. 

O ensino à distância também não está sendo fácil para os professores. Maria de Fátima Cardial diz que a ausência do aluno para eles o é muito forte. “Nós, sentimos muita falta do olho no olho com todos os nossos alunos. Isso não tem como recuperar, essa motivação pessoal, essa coisa de você estar em contato com o outro”, relatou. 

No entanto, ela ainda consegue ver o lado positivo do EAD em relação ao comportamento de seus alunos. Ao mesmo tempo que acha que quem costumava estudar continuou com uma rotina, e que quem não tinha esse hábito permaneceu sem, ela percebe que o ensino à distância deu uma oportunidade aos mais introspectivos. “Os alunos mais tímidos começaram a perguntar mais, uma vez que eles tinham um canal direto só comigo, só com o professor. Eu acho que esses alunos se soltaram mais e refletiu na nota.”

Para Patrícia Montovani, mãe de aluna do 3º ano do ensino médio, a volta às aulas presencialmente nunca foi uma preocupação. “Tinha certeza que a escola tomaria todas as providências de acordo com as normas.”, relata. Ela critica o sistema de EAD, afirmando achar as aulas online muito solitárias e que isso tem um efeito negativo nos alunos. Patrícia ainda comenta ter sentido uma diferença enorme no comportamento de sua filha em relação aos estudos. “Ela está muito mais motivada e interessada. Chegou a dizer que aprendeu num dia o que não havia aprendido em meses.” disse. 

Apesar de todas as dificuldades que tanto os alunos quanto os professores encontraram nesse período, a estudante Luísa Melo acha que todos vão se importar mais com a presença de quem está ao seu redor e valorizar mais as aulas. “A gente ficou tanto tempo sem falar com as pessoas, sem ver as pessoas, sem bater um papo com elas que toda essa motivação vai estar à flor da pele.”, contou.

Reportagem: Letícia De Lucas e Juliana Ribeiro

Supervisão: Carol Mie e Patrick Garrido

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