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Votação popular é nova tentativa do Oscar de aproximar o público

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A cerimônia do Oscar de 2022 aconteceu no último dia 27 de março com uma festa do cinema internacional diferente da tradicional celebração. Além das seis categorias apresentadas antes do evento, o Oscar possui outra mudança, a possibilidade dos fãs escolherem os vencedores de dois  prêmios: A de melhor cena e filme popular favorito. A academia, responsável pela realização da celebração, em parceria com o Twitter, contabilizou os votos por meio das Hashtags #FanFavorite e #OscarCheerMoment com o limite de 20 tweets por dia por participante.

Após ficar entre os dez finalistas, o filme Army of the Dead: Invasão em Los Angeles, do diretor Zack Snyder, ganhou como favorito pelos amantes da sétima arte ao desbancar a maior bilheteria do ano, Homem Aranha Longe de Casa, que ficou com a vice-liderança. Já o prêmio de melhor cena foi conquistado pela película Liga da Justiça, também de Snyder, com uma cena do super herói Flash, interpretado pelo ator Ezra Miller. 

Apesar de ser um prêmio simbólico, com os ganhadores não levando a estatueta, mas sim um reconhecimento pelos fãs e pela academia, a nova categoria gerou interpretações sobre o momento atual de baixas audiências da cerimônia. Apesar de aumentar em 32% seu público em relação a 2021, Oscar com menor número de espectadores de sua história, a votação popular é mais uma estratégia para aumentar os  telespectadores. Para Simplício Neto, professor, diretor e documentarista, podem existir duas razões para a baixa popularidade: “De uma forma geral é uma cerimônia que segue um ritmo e um formato tradicionais que talvez não estejam mais alcançando a mesma repercussão no pessoal mais novo. Mas pode ser o contrário, porque todo ano tentam uma novidade, e assim perdem também o nicho tradicional”. 

Com a nova votação, outro método é aproximar os fãs de Blockbusters, com filmes de grande bilheteria como “Homem Aranha: De volta para casa” concorrendo em novas categorias. Porém, alguns membros da academia de cinema discordam por acharem que diminuiria o significado do prêmio. O aluno de cinema Bruno Vasconcellos discorda, por serem filmes “difíceis e desafiadores”, já para Tiago D’Angelo, também estudante, o Oscar perde seu significado a cada nova edição. 

Simplício Neto, entretanto, concorda com a crítica: “Gostar pessoalmente eu não gostei, porque descaracteriza a cerimônia”. O documentarista complementa explicando que não acredita que seja uma dicotomia, onde exista um ou outro, mas sim uma realidade que tenta aproximar o público da premiação, o que para o mesmo não é um problema, por ser uma meta de qualquer programa de televisão. 

Já existem muitas premiações que contam com júri popular em algumas categorias, e para o professor, seria, na verdade, uma tentativa do Oscar de parecer com elas. Enquanto o Oscar tenta estabelecer as novas mudanças, ele acaba agradando seu público em alguns pontos, e outros não. Enquanto Bruno acredita que a baixa audiência seja por conta das gafes, e falta de adequação, Tiago D’ Angelo pensa que seja a dificuldade da academia em manter a importância que a premiação e o evento um dia já tiveram.

Reportagem: Julia de Paulo

Supervisão: Gabriela Leonardi e Lucas Guimarães

Foto de capa: (Bryan Bedder/Getty Images)

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