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Óculos piratas trazem risco à saúde do consumidor

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É muito comum em praias, nas principais avenidas e até no trânsito do dia a dia ver vendedores ambulantes ou até mesmo lojas vendendo óculos falsificados. No centro do Rio de Janeiro não poderia ser diferente, em 300 metros da Avenida Rio Branco, existem 6 pontos de venda de óculos falsos e apenas 3 óticas. Muitos consumidores escolhem comprar esses produtos de modo irregular, por causa dos preços mais acessíveis. No entanto, as lente de baixa qualidade trazem riscos à saúde.

De acordo com a Associação Brasileira de Indústria Óptica, quase 30% dos óculos produzidos no país durante o ano são ilegais ou piratas. A maioria não apresenta as condições necessárias para proteger os olhos por conta do material utilizado. O uso não leva à cegueira, mas contribui para o surgimento de alergias no rosto, além de fortes dores de cabeça, embaçamento visual, tontura, visão dupla, ardência e até lacrimejamento constante.

O principal transtorno em adquirir óculos de grau em comércios informais, segundo o Hospital de Olhos de São Paulo, é que o paciente deixa de ir ao oftalmologista e se auto-avalia. E é justamente esse é o maior perigo, por enxergar melhor, o usuário tem a impressão de que o problema em sua visão está sendo corrigido. Uma atitude que pode adiar o diagnóstico de doenças silenciosas e de alto risco.

Segundo Ana Carla de Oliveira, gerente da loja Óticas Carol AEC-RJ, localizada na Av. Rio Branco, as lentes clandestinas não passam pelo mesmo processo que as lentes tratadas em laboratório óptico. “Cada pessoa tem sua própria distância pupilar, dessa forma, os óculos de pronta entrega não cumprem a real demanda do cliente”, explica.

Banca de Camelô, na Av. Rio Branco, esquina com a Rua da Assembléia.  Foto: Carolina Oliveira

Para Maria Inês Pires, diretora do Laboratório Óptico Petrotica, comprar óculos de grau ou de sol em camelôs, pode ser um grande prejuízo para a visão. Ao usar óculos escuros, a pupila dilata e entra mais luz, pois o cérebro entende que está em um ambiente mais escuro. “Se os óculos não tiverem uma proteção adequada contra os raios UVA e UVB, a chance de desenvolver catarata aumenta”, completa.

A diretora ainda acrescenta que, o uso do óculos escuro não é apenas para embelezar o visual em dias de sol. Tem um efeito de protetor solar ao defender a pele e o olho da ação dos raios ultravioletas. Além de prevenir doenças como o câncer, o acessório evita a ação contínua da radiação direta nos olhos.

Já Elen Corrêa, empresária e técnica em saúde visual, chama atenção para os óculos de sol comercializados ilegalmente. “Como não tem filtro, ele apenas faz sombra, a pupila se dilata e a radiação passa a ser recebida com mais intensidade”. A técnica ainda informa que o uso desses produtos resultam em problemas na visão que só são percebidos, em sua grande maioria, em estágio avançado. E, também, diz que a procedência das lentes são preocupantes.

A versão de Elen não corresponde com a do ambulante, João Marcio Medeiros de 47 anos, que afirma a alta qualidade de seu produto. “As lentes são todas importadas e produzidas pelos melhores laboratórios”, afirma Medeiros. O vendedor ainda conta que as lentes são organizadas em sacolas de acordo com o grau e, que em sua barraca, tem de todos os tipos de dioptrias. 

Reportagem por Ana Júlia Oliveira e Carolina Oliveira

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