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Câncer e Covid-19

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Outras doenças acabaram sendo deixadas de lado pela mídia, diante da atual pandemia do novo coronavírus. O grande número de casos, faz com que os médicos não consigam atender adequadamente os pacientes com outras enfermidades. Entre eles, há uma grande preocupação com as pessoas em tratamento de câncer, pois a quimioterapia fragiliza ainda mais a imunidade.

 

Tratamento esse, que consiste no uso de substâncias químicas que afetam o funcionamento celular, com o intuito de destruir as células doentes. Esse procedimento continua normalizado, mesmo sendo um risco para os pacientes. Para saber mais sobre o assunto, entrevistamos Vanêssa Pessoa, de 43 anos, que trabalha como enfermeira, no ambulatório  de um hospital na cidade do Rio de Janeiro.

 

Portal: O que o seu cargo exige para que haja a necessidade de sair? Como você se sente tendo que sair para trabalhar?

 

Vanêssa: Sou enfermeira, estou na linha de frente. Não tenho como ficar em casa, mas confesso que me dá muito medo ter que ir ao hospital. Muitos colegas já saíram de licença, pois foram contaminados. Me sinto muito nervosa, e angustiada  cada vez que tenho que trabalhar. 

 

Portal: Como está o seu emocional?

 

Vanêssa: Está muito abalado, e cada vez que recebo o resultado de algum paciente que testou positivo, tenho crises de choro e penso que ficarei mais tempo longe da minha família. Eu moro sozinha, só não me sinto pior porque meu namorado está ficando direto comigo. Faço terapia, mas nesse período, como meu psicólogo só está atendendo por vídeo chamada, preferi arrumar outra terapia. Comecei a costurar, para ocupar minha cabeça e tentar tirar o foco do que está acontecendo.

 

Portal: Se algum paciente com câncer for diagnosticado com o coronavírus, como é feito o tratamento dele?

 

Vanêssa: Caso algum paciente tenha suspeita ou diagnóstico de coronavírus, é internado no setor de pediatria, em um quarto somente com o acompanhante,  eles não têm contato com outros familiares. Nós tomamos todos os cuidados e usamos todos EPI’s, equipamento de proteção individual, necessário para que não haja contaminação cruzada. 

 

Portal: Quais procedimentos, estão sendo tomados pela equipe do hospital no cuidado das crianças? 

 

Vanêssa: Temos um cuidado maior com essas crianças, porque a maioria tem a imunidade muito baixa por conta da própria doença, e dos  medicamentos utilizados, inclusive a quimioterapia. 

Existe uma triagem na entrada principal do hospital e, caso a criança tenha algum sintoma, ela é encaminhada para a pediatria, em um consultório destinado para as suspeitas de Covid-19. Se o paciente não tiver nada, ele é encaminhado ao meu setor, que é um ambulatório de hematologia pediátrica.

 

Portal: Como está o caso das crianças que recebiam a visita de projetos voluntários?

 

Vanêssa: A visita dos voluntários, está suspensa. Alguns projetos, por exemplo “Os Quimionautas”,  estão fazendo live no Instagram. As crianças estão sentindo falta, principalmente quando ficam muito tempo aqui. Todas as visitas das crianças que estão internadas, foram suspensas nesse período. Fica somente um acompanhante por quarto e, evita-se a troca constante. 

 

Reportagem: Anna Miranda, Bruna Barros, Camila Hucs, Felipe Roza, Francisco da Silveira, Gabriela Leonardi, Lucas Geia e Yan Lacerda.

Supervisão: Matheus Pardellas.

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