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As mudanças com a compra do Twitter por Elon Musk

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Na última segunda-feira (25), Elon Musk, empresário e dono da SpaceX e da Tesla, confirmou a compra do Twitter por US$44 bilhões, cerca de R$218 bilhões na cotação atual. Como o próprio bilionário afirmou várias vezes, seu objetivo é transformar a plataforma em uma “arena” da liberdade de expressão e trabalhar para desbloquear o “potencial extraordinário” da rede. 

Após comprar 9,2% das ações da empresa no começo do mês, ele fez enquetes em seu perfil na rede social sobre liberdade de expressão, e afirmou que considerava criar uma nova rede para garantir esse direito aos usuários da internet. Confirmando essa ideia, o bilionário retomou o assunto durante o anúncio sobre a aquisição: “A liberdade de expressão é a base de uma democracia em funcionamento, e o Twitter é a praça da cidade digital onde assuntos vitais para o futuro da humanidade são debatidos”.

Usuário assíduo do Twitter, onde acumula polêmicas, Musk é alvo de um processo movido por ex-acionistas por conta do modo como comprou sua participação na companhia. Eles afirmam que Musk fez “declarações e omissões materialmente falsas e enganosas” ao não revelar que havia investido no Twitter, o que seria violação de uma lei federal dos Estados Unidos.

A aquisição demorou apenas duas semanas para ser concluída, com o plano para a compra sendo revelado no dia 14 de abril. Após a oferta, o conselho da empresa começou a analisar a proposta e verificou se havia outros potenciais compradores. No final, o sul-africano assegurou a obtenção da rede.

De acordo com a banqueira e sócia da XP Inc de Miami, Livia Mansur, Elon Musk demonstrou interesse na plataforma para atingir um novo ramo de empresários e políticos que está se formando no Twitter. Além disso, ainda há de se considerar o âmbito financeiro e rentável apresentado pela rede social – que é significativamente inferior a outras, como o Facebook. A banker acredita que o bilionário tenha adquirido o site principalmente pelo seu poder de influência política, o que ajudaria na divulgação da sua ideia de adoção da total liberdade de expressão nas redes.

A compra da rede social apresentou grande repercussão na internet, já que Musk pretende modificar as estruturas políticas do Twitter para que se adequem ao seu posicionamento político e pessoal. O bilionário, que já se manifestou algumas vezes em diversas plataformas, se aproximou dos ideais do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do governo brasileiro de Jair Bolsonaro.

Com pautas políticas já definidas e estruturadas, o novo dono do Twitter pode interferir nas relações dos seus usuários com a própria plataforma. A rede social passará a não apresentar limites de expressão definidos. Isso pode se provar problemático por ela ser conhecida pela presença de inúmeros políticos, inclusive pelo banimento de Trump após seu papel na incitação da invasão do Capitólio americano, no dia 6 de janeiro de 2021, que gerou 5 mortes e diversos feridos.

Maria Eduarda Lessa, estudante de Ciência da Computação (UERJ), acredita que por se tratar de um ano de eleições, os usuários brasileiros serão influenciados por fake news. Ela ainda afirma: “A falta de uma ferramenta na plataforma para regularizar isso e o incentivo do próprio dono da empresa no público poder falar o que quiser, com certeza pode acabar influenciando na hora de escolher um candidato.”

A compra pode se provar um dos maiores negócios da história, com um panteão de possibilidades, tanto negativas quanto positivas. Apesar das mudanças propostas ainda não terem entrado em efeito, a estudante afirma que o ambiente do Twitter irá mudar, já que não seria vantajoso investir U$44 bilhões para não realizar modificações. “Ainda mais levando em consideração que ele (Musk) sempre teve um discurso liberal de defender a liberdade de expressão a qualquer custo”.

Reportagem: Gabriela Arditti, Júlia Vianna e Vitor da Cunha Miguel

Supervisão: Gabriela Leonardi e Mateus Rizzo

Foto de capa: REUTERS/Dado Ruvic/Illustration

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