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Crítica: A Lagoa Azul (1980)

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Em comemoração aos 50 anos da Sessão da Tarde, o Cine Resenha escolheu um clássico da TV que todo brasileiro conhece: A Lagoa Azul. O filme foi lançado em 1980, tem duração de 105 minutos e foi dirigido por Randal Kleiser. Durante muitos anos, o longa foi um fenômeno e chocou a juventude brasileira abordando a beleza, a bondade e o amor.

A Lagoa Azul conta a história de como duas crianças e o cozinheiro de um navio vão parar em uma ilha deserta do Oceano Pacífico após um naufrágio. O cozinheiro morre e acaba deixando Richard e Emmeline sozinhos. Isolados de toda crueldade mundana, eles crescem em um lugar que não oferece perigo, sendo designado como verdadeiro paraíso. 

Com o tempo, Emmeline e Richard se tornam adolescentes, e começam a expressar novas emoções, que influenciam o relacionamento dos dois. Logo, passam a explorar seus sentimentos e sexualidades da maneira mais pura. A inocência dos personagens é evidente quando continuam agindo como crianças mesmo depois de envelhecerem. 

Após diversas relações íntimas, Emmeline engravida, sem entender o que estava acontecendo com seu corpo. Na noite do parto, Richard explora a ilha e descobre que existem outros habitantes no local. O evento é uma revelação para os jovens, que passaram a vida toda acreditando na sua solidão. Os dois, mesmo em meio às dificuldades e surpresas, criam a criança em contato com a natureza, ensinando-a tudo que sabem.  

Anos depois, um navio se aproxima da ilha e eles têm a chance de saírem de lá. Mesmo assim, escolhem permanecer, pois um resgate significaria abandonar tudo que construíram. O desfecho do filme mostra os personagens à deriva, lutando entre a vida e a morte. 

Sobre a obra

Estrelado por Brooke Shields e Christopher Atkins, o longa oferece uma perspectiva diferente para sua época. No contexto dos Estados Unidos dos anos 80, o filme foi capaz de chocar as convenções sociais, por ser um país que sempre encarou o cinema com um olhar mais puritano mesmo com raras exceções (lembremos de Lolita de Kubrik ou Beleza Americana). 

A nudez é explícita e o sexo é explorado de maneira livre, ressaltando que os personagens cresceram longe dos tabus da sociedade considerada civilizada. As maneiras de entender os próprios corpos tornam-se elementos cruciais para a narrativa, como a menstruação, o desejo e o parto. O diretor Randal Kleiser não pareceu interessado em respeitar pudores vigentes, pois além da nudez e do incesto entre primos, foi fora das telas que surgiram polêmicas acerca do filme.

O personagem principal, Atkins, tinha 18 anos durante as gravações enquanto Shields tinha 14. Anos mais tarde, os atores revelariam o desconforto na hora de gravar as cenas sexuais, bem como os maus tratos que sofreram os animais da ilha por parte da produção.

Em meio a todas as polêmicas, Lagoa Azul é um clássico da televisão e da Sessão da Tarde. A obra levantou tópicos e assuntos pouco discutidos em seu tempo, enquanto retratava o amor de uma forma pura. O final ainda é capaz de provocar o telespectador, que fica em dúvida do destino dos personagens. 

Reportagem: Davi Magalhães, Julia Novaes e Taís Vianna

Supervisão: Davi Rosenail e Joana Braga 

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