Nova tarifa de R$7,90 para o MetroRio em abril
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A tarifa do Metrô Rio sofrerá um aumento de R$0,40, no dia 12 de abril, passando de R$7,50 para R$7,90. O aumento acontece exatamente um ano após o acréscimo de 2024, quando a tarifa subiu de R$6,90 para R$7,50. De acordo com a Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp), esse reajuste anual está estabelecido no contrato de concessão firmado com o MetrôRio.
O doutor em economia, Saulo Jardim, explica que o acréscimo tem como objetivo corrigir perdas monetárias provenientes da inflação. A justificativa econômica para esse recálculo está baseada no aumento dos custos nominais de operação da empresa que acabam sendo repassados aos usuários. Dessa forma, ele sinaliza que o reajuste visa equilibrar as finanças da concessionária diante dos custos crescentes.
O MetrôRio se mantém como o mais caro do país. Um trabalhador que utiliza o transporte duas vezes ao dia, cinco vezes na semana, gastará R$316,00 mensais com a nova alteração, o que corresponde a aproximadamente 20% do salário mínimo. Equivalente a 7% a mais do que se gastaria na cidade de São Paulo, onde a passagem custa R$5,20 e o metrô conta com 80 estações, 39 a mais do que no Rio.

Entrada estação Glória. Foto: Arthur Zanotelli
Para o produtor musical Ernani Moreira, usuário assíduo desse meio de transporte, o metrô carioca é muito eficiente e comprovadamente seguro, embora possua apenas três linhas que não atendem toda a cidade. Ele faz uma comparação com o metrô da cidade de Nova Iorque, que liga a metrópole integralmente, com 472 estações e custa US$2,90, que corresponde a 6,44% da média salarial de um nova iorquino.
“Há uma série de problemas estruturais nesse metrô e você está falando que ele vai subir a tarifa, eu acho um absurdo.”, concluiu Moreira.

Ernani Moreira em saída do metrô estação da Glória. Foto: Luana Bentes
Jardim ainda enfatiza como esse reajuste afeta principalmente as famílias de menor renda: “As famílias são impactadas de maneiras diferentes. As mais afetadas são aquelas com menor nível de renda e que também possuem menor poder de barganha para pleitear reajustes salariais baseados nos índices de inflação. Dessa forma, essas famílias acabam ficando relativamente mais pobres ao longo do tempo, uma vez que seu poder de compra é corroído pelo aumento generalizado de preços na economia.”
Esse não é o caso de Moreira. O produtor, que desconhecia o reajuste, comenta que isso em nada afeta seu orçamento, porém faz um apelo: “A gente precisa de mais quantidade, mais qualidade e menos preço. Tornar o metrô cada vez melhor e maior para atender a população do Rio de Janeiro e tornar essa cidade um lugar realmente civilizado e bacana.”
Famílias de baixa renda, pessoas com deficiência e idosos podem solicitar a tarifa social, um benefício do governo do Estado que reduz o preço das passagens de metrô e trem para aqueles que tiverem o Bilhete Único intermunicipal (BUI) devidamente cadastrado. O site Rio Bilhete Único ensina todo o passo a passo.
Foto da capa: Laura Araújo
Reportagem: Arthur Zanotelli, Laura Araújo e Luana Bentes
Supervisão: Ana Lúcia Araújo