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Sextou em um mês

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A Black Friday deste ano acontece em um mês. Ela ocorre anualmente no dia seguinte ao Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos. Sendo originalmente americano, o feriado foi adaptado oficialmente ao Brasil em 2010, pelo fato do mês de Novembro não possuir uma data especial para o comércio. A promoção foi implantada no país pelos varejistas e vem ganhando cada vez mais força devido ao impulso tecnológico, com grande divulgação na internet. Entretanto, ainda é uma cultura com o contexto social e antropológico distante do país.

Com descontos bem pensados e efetivos, o dia é bom tanto para o consumidor como para o comerciante. É o que pensa a especialista em pesquisa de mercado e mestre em marketing Liliane Rohde, de 50 anos. Segundo ela, é uma situação em que ambos saem ganhando, caso bem planejado. “É um jogo de ganho duplo. Porque ‘desovam’ os estoques e os renovam para o natal, grande data do varejo nacional, e os consumidores conseguem produtos atrativos e adequados”, disse a professora que possui mais de 20 anos de experiência em comportamento do consumidor.

A finalidade das compras são direcionadas, em abundância, para o consumo de eletrônicos. De acordo com o site da BlackFriday Brasil, as intenções são: 36,5% para celulares, 36,3% para eletrodomésticos, 29,3% para TVs, 24,1% para itens de informática, 22,4% para móveis, 22,2% para moda, 21,3% para eletroportáteis, 19,2% para viagens e 16,8% em itens de beleza. Entretanto, a agente de turismo Rosane Silva, de 63 anos, não se interessa para o consumo desse tipo de produto, muito pelo alvoroço formado nas grandes lojas. Ela prefere comprar roupas de crianças pra seus sobrinhos e netos, que costumam estar em um bom preço e, assim, evitar o tumulto dos maiores estabelecimentos.

A crise econômica instalada no país vem prejudicando o comércio local e, consequentemente, a Black Friday. É o que pensa Márcia Feitosa, de 36 anos, gerente da Mr. Cat localizada no Avenida Rio Branco, no Centro do Rio de Janeiro. Ela espera que as vendas deste ano sejam melhor que as dos últimos dois, quando movimento abaixou consideravelmente. “Eu acho também que a liberação do saque de 500 reais do FGTS pela Caixa pode beneficiar muita a gente”, afirmou a gerente.

Liliane Rohde, professora de marketing, ainda disse que em muitos varejos não há promoções reais, e sim uma percepção dessa diminuição. Ela acredita que as empresas devem se organizar para que promoções melhores sejam oferecidas, e que o consumidor trate o dia como um feriado, se programando para isso. Dessa forma, segundo a mestre em marketing, é interessante que os negócios intensifiquem cada vez mais nas diminuições dos preços. Uma vez que,  o consumidor importará o comportamento do consumidor norte-americano, e usufruirá de descontos diferenciados, de até 60 %.

Reportagem de Nestor Ahrends