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Microempresas, grandes ideias

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Em 2019, o Brasil ultrapassou a marca de 8 milhões de microempreendedores individuais, segundo dados do Portal do Empreendedor do governo federal. Esta categoria se define por criadores e desenvolvedores de marcas próprias, que se envolvem no processo de construção do produto desde sua fabricação até sua venda. “Eu sou quase tudo na marca. Sou estilista, vendo durante o dia, fico mais de frente na loja”, conta Jaqueline Araújo, de 32 anos, dona da marca de roupas Kûá.

A pequena empresária conta que assim que tomou a decisão de sair de seu emprego como psicopedagoga para trabalhar na loja, há um ano, recebeu críticas. “Grande parte dos meus amigos achava que era loucura pedir demissão, largar um trabalho com carteira assinada e estabilidade”. No entanto, Jaqueline acredita que é o fato de administrar seu negócio de perto que atrai os clientes. “Conhecer quem produz foi o que fez as pessoas começarem a confiar que não estão comprando uma roupa qualquer”.

Jaqueline Araújo, dona da marca Kûá

Conhecer as origens dos produtos que são comprados é importante para alguns consumidores que dão preferência a microempreendedores, como explica Rachel Garcia, de 20 anos responsável pela marca SideB. “Somos muito sinceros e transparentes quanto a questão da produção, inclusive, a nossa primeira loja é na frente da fábrica e não temos problema nenhum em mostrar o processo de produção das roupas”.

A aluna de publicidade criou a empresa de vestuário por não encontrar peças que se encaixassem em seu estilo e em seu corpo com facilidade. Com o apoio da mãe, que já trabalhava na área de confecção de roupas, ela fundou há pouco mais de um ano e meio uma marca que também pudesse refletir seus valores. “A SideB vem da vontade de fazer uma moda diferente, que seja coerente, consciente e sustentável”.

O que move os microeempreendedores a começarem seus negócios varia. Para Gisele Gomes, de 36 anos,  dona da marca “SaquaSol”, a vontade surgiu de um gosto pessoal. “Tudo começou com uma brincadeira, eu gostava muito de biquínis e então comecei a fazer desenhos de modelos para mim. Só que isso começou a fluir, e quando vi, já vendia para minhas amigas e para as amigas delas também”. Assim como Gisele, 8% dos microempreendedores individuais iniciaram seus projetos pelo desejo de praticar seus conhecimentos profissionais, segundos dados do SEBRAE de 2019. 

Gisele Gomes, dona da marca SaquaSol.

Uma dificuldade muitas vezes enfrentada pelos microempreendedores é também a de controlar o fluxo de produção. Lucas Lopes, criador da marca de bebidas Via Láctea, conta que esse pode ser um grande desafio. “Não dá para tentar abraçar o mundo, temos que ser realistas com a demanda que recebemos, saber o que podemos ou não atender”. Ele ainda comenta que, dessa forma, consegue escolher consolidar-se em um mercado específico para que assim se desenvolva dentro dele. 

Reportagem: Bárbara Beatriz e Diana Campos.

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