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Final de Período: O terror dos universitários

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estresse

O tão esperado mês de dezembro sempre chega. Época de celebrar com amigos e famílias, além de, claro, descansar. Porém, para os universitários, há um problema e tanto às vésperas das datas especiais. Suas vidas no final de período passam longe de ser fácil. Caso não haja uma preparação adequada, provas e trabalhos passam a ser motivo de estresse e descontroles emocionais para os estudantes no momento mais importante do semestre.

As universidades abrem portas para todo o tipo de estudante – desde os famosos CDFs até os que possuem mais dificuldade de aprendizado – cabe a eles, abraçá-las. No início do semestre, principalmente, o ritmo tende a ser mais devagar, fazendo com que os universitários tenham mais tempo para se programar para os meses mais pesados que terão pela frente.

Os resultados são, na maioria das vezes, positivos. Frederico Figueiredo, estudante de jornalismo na Universidade Federal de Juiz de Fora, é um desses organizados. “Acho que muito disso vai pelo fato de eu ter basicamente estabelecido uma rotina dos meus estudos. Então, a partir do momento que eu tenho uma rotina, consigo conciliar melhor os textos que ler, as provas que tenho que estudar e tudo mais.”, afirmou.

 

 

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Diferente da escola, notas não são o ponto central na trajetória em busca de se tornar um bom profissional. O desempenho acadêmico reflete não só no seu fracasso ou sucesso dentro da faculdade, mas também, diretamente em como irá começar a ingressar no mercado de trabalho. Seja por meio de estágio, ou até mesmo por um emprego definitivo.

Em um curso de jornalismo, por exemplo, a forma com que você aprende a escrever ao longo do curso é tão fundamental para a profissão quanto às notas baixas que o estressam ao longo do período.

A etapa de estágio para os estudantes é uma das mais complicadas. Além de conciliar as obrigações do curso, é necessário, também, incluir em sua agenda, tempo para trabalhar.

Esse é o momento vivido pelo estudante de engenharia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Guilherme Goes. Ele conta que ainda consegue se organizar e manter a calma durante o semestre, principalmente no final, mas que não é fácil conciliar faculdade, trabalho e vida pessoal. “Eu trabalho por quatro horas e muitas vezes é difícil estudar, acabo perdendo algumas horas de sono.”.

O lado psicológico é um dos mais delicados e afetados, visto que, caso não seja tratado com cautela, pode acabar gerando problemas maiores como depressão, e, principalmente, ansiedade.

Para melhor análise, o psicólogo, Glênio Carneiro, resgata contribuições passadas que afetaram de maneira direta, nossa sociedade. “Para o filósofo Byung-Chul Han, a partir da difusão de um modo neoliberal de pensamento, o sujeito passa a se cobrar mais e ser seu próprio patrão. A crítica não é feita diretamente ao sistema, mas sim uma análise mais profunda da contemporaneidade.”. Dessa forma, a existência do sujeito é atravessada por uma cobrança incessante pelo desempenho, e um eterno sentimento de “ter que dar conta de tudo” sendo que cada vez mais temos coisas a fazer.

Por mais que os estudantes botem a culpa na faculdade pelo quantidade de entregas no final do período, nem todos acham isso. Ainda segundo Glênio, não é a instituição que causa esse excesso de cobrança. “Antes de pensarmos a instituição como saída para resolução desse problema, precisamos pensar o que estamos fazendo com nós mesmos e assim possamos entender melhor o que faz pessoas desistirem.”.

Ele ainda acredita que a quantidade de trabalhos e tarefas afetam diretamente o estudante, mas que elas não andam só, com a pressão do sujeito perante ele mesmo contribui para a piora do bem estar com si mesmo, além de todas as pressões externas.

Porém, a aluna da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Carolina Amorim, se queixa da grande quantidade de provas, mas fala que o pior é a cobrança dos professores. “Alguns professores acham que fazemos somente aquela matéria e parece que fazem questão de complicar ainda mais”.

Apesar de não se manter tranquila no final do período por se manter ansiosa, não busca ajuda de um psicólogo da universidade, mesmo sabendo que poderia ajudá-la bastante. “É um processo burocrático para conseguir mas nunca fiquei sabendo ou recebi e-mail através do portal da faculdade, por exemplo, para ajuda no final de período.”, afirma a estudante de farmácia.

Matéria produzida por: Carol Mie, Lucas Pires, Patrick Garrido, Pedro Cardoso e Yuri Murta