CARREGANDO

O que você procura

Geral

Comunicação, um bem público

Compartilhar

Durante a WeekUp, evento realizado pela Espm-Rio, aconteceu uma palestra-debate sobre comunicação pública e governamental. Contando com a presença das palestrantes Carol Barreto, repórter da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Débora Diniz, jornalista e diretora de comunicação da Defensoria Pública do Rio de Janeiro e Juliana Dal Piva, repórter da revista Época e do jornal O Globo. As palestrantes contaram sobre experiências pessoais trabalhando como jornalistas dentro da política, sobre o cenário atual do jornalismo e sobre a formação do indivíduo através das informações.

Débora Diniz foi quem abriu a roda de conversa. Com 47 anos, a jornalista atua há 12 no sistema de justiça brasileiro e, desde março de 2015, dirige a comunicação da Defensoria Pública do Rio de Janeiro. Para ela, fazer comunicação é um desafio, e em um órgão público esta dificuldade fica ainda maior, uma vez que um dos princípios da comunicação é a formação do cidadão. O lema da repartição onde trabalha é “a assistência e orientação jurídica aos cidadãos que não possuem condições financeiras de pagar as despesas destes serviços”.

A jornalista comenta que a Defensoria Pública do Rio de Janeiro, ao administrar suas redes sociais, busca constantemente evitar a comunicação jurídica, optando por uma linguagem mais acessível e atrativa ao seu público. A página do Facebook do órgão é a mais curtida dentre as das demais repartições públicas, com mais de 102 mil seguidores. “A gente tenta fugir ao máximo do juridiquês, para que possamos cumprir com o nosso papel de dialogar com a sociedade”, diz. Para realizar esse elo com o público, que é na sua maioria jovem, a defensoria utiliza de estratégias que fazem parte do dia a dia desse grupo social.  “Às vezes a gente faz um meme ou uma referência à uma série”, comenta Débora.

Explicando sobre a relação com as instituições públicas, tendo foco no governo atual, seguiu a palestrante Carol Barreto. A jornalista trabalha na EBC desde 2013 e já passou por veículos como a Tv Brasil, a Rádio Nacional e pela Rádio Mec. Segundo ela, a comunicação pública deve ser pautada pela pluralidade de opiniões. “Deve existir uma preocupação com os direitos humanos, com os movimentos sociais e com a diversidade”, acrescenta. A jornalista, em tom de crítica, realçou que atualmente estes critérios da comunicação pública estão cada vez mais escassos.

Fechando a palestra, a repórter Juliana Dal Piva comentou um pouco sobre os seus trabalhos e sobre o cenário atual do jornalismo. Na opinião dela existe muita desinformação, desencadeada principalmente pelas redes sociais. “Com elas, as pessoas criaram o hábito de ver um link e às vezes ler só o título”. Agregou ainda que as plataformas das redes sociais aproximam as fake news do público. “Acho que esse ambiente causa uma certa dúvida em relação ao jornalismo, misturando coisas que não são jornalismo, que querem se parecer com ele, as fake news”.

Após a roda de debates e a palestra, o Portal de Jornalismo da Espm-Rio entrevistou as três jornalistas convidadas, dialogando sobre as dificuldades de se trabalhar com política dentro da área da comunicação.

Reportagem: João Victor Thomaz e Yuri Murta.

Artigo anterior
Artigo seguinte

Próximo