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Atos de solidariedade pelo centro carioca

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Há duas semanas foi inaugurada a barbearia Empório 61, no Centro do Rio de Janeiro. Além de oferecer um ambiente descontraído para os clientes, seu maior diferencial é o oferecimento de cortes gratuitos para pessoas com Síndrome de Down e Transtorno do Espectro Autista. Marcos Zopelari, de 32 anos, dono do estabelecimento, conta que tem familiares especiais e já participou de algumas ações voluntárias. Ele explica que este foi um dos motivos que motivou a campanha inclusiva.

“É bom lembrar a importância deste tipo de projeto”. Marcos explica que o impacto de seu projeto na autoestima das pessoas é algo sem igual. “Ele se sentindo bem, se olhando no espelho e vendo um visual novo, já vai melhorar o dia e o aspecto como ele se sente percebido pelas outras pessoas, e começa a aflorar um sentimento de inclusão”.

Placa que anuncia corte gratuito no Empório 61. Foto: Diana Campos

O barbeiro de 32 anos, Saulo Tavares, que trabalha na Empório 61, foi o grande responsável pela inclusão de autistas para a campanha. Ele conta que a ideia havia sido inspirada pela barbearia paulista “Corleone”, que realiza o corte de graça em pessoas com Síndrome de Down. No entanto, ele sempre cortou o cabelo de Pietro, menino com autismo de 6 anos, que o incentivou a participar de projetos de inclusão. “Se ele estiver nervoso, vou fazer de tudo para deixá-lo tranquilo e para concluir o corte bem feito.” Vendo como uma benção, há 3 anos Saulo corta o cabelo de pessoas com autismo e síndrome de down no bairro do Andaraí, sem aceitar nenhuma remuneração nesses casos.

Saulo Tavares e Marcos Zopelari na barbearia Empório 61. Foto: Bárbara Beatriz

A psicopedagoga Marina de Miranda Lima Barreto, de 37 anos, afirmou que muitas crianças com autismo podem ter uma dificuldade para realizar uma atividade simples como cortar o cabelo. “Ter alguém que entenda a situação  da criança para poder realizar essa atividade é muito importante”. O autismo precisa ser discutido para que as pessoas tenham conhecimento sobre essa condição, para isso há diversas campanhas que estimulam o debate sobre o assunto.

Abril, por exemplo, é o mês de conscientização mundial sobre o autismo, um transtorno de desenvolvimento do cérebro, que pode ser diagnosticado antes do nascimento e compromete as habilidades de comunicação e interação da pessoa. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a cada 160 nascimentos,  uma criança é diagnosticada com o transtorno. Uma dessas crianças é o Davi.

Marcia de Oliveira, dona de casa e mãe de Davi conta um pouco das dificuldades que passa diariamente com o filho de 4 anos, entre elas o preconceito.”O mês é importante para conscientizar as pessoas de uma deficiência que não é visível, ou seja, o autismo não tem cara.” . Além disso, enfatiza a importância de projetos dedicados aos portadores, citando como exemplo o Cinema Azul, que contêm sessões especiais para autistas. O azul, inclusive, é a cor que identifica o transtorno. A escolha foi feita em alusão ao sexo masculino, que é o sexo com mais casos de autismo.

Reportagem: Bárbara Beatriz, Diana Campos, Lucas Pires, Renan Adnet e Rogério Fontes