CARREGANDO

O que você procura

Geral

As mulheres no militarismo

Compartilhar

O General João Figueiredo criou, durante seu período como presidente, o Dia Nacional da Mulher. A data 30 de abril foi escolhida pois marca o nascimento de Jerônima Mesquita, que se deu um século antes da decisão do general em 1980. Ela foi precursora do movimento feminista no país e colaborou na criação do Conselho Nacional das Mulheres. Desde então, as mulheres vêm lutando por mais espaço no militarismo.

Jerônima foi uma enfermeira que trabalhou na I Guerra Mundial, teve experiências na Cruz Vermelha francesa e suíça, sendo uma das responsáveis por trazer a instituição humanitária para o Brasil. Seus serviços durante a Guerra foram inspiração para milhares de mulheres. Hoje, a participação feminina nas Forças Armadas ainda é pequena, de acordo com dados do Governo do Brasil há pouco mais de 22 mil mulheres seguindo carreira militar, a maior parte desse efetivo se concentra na Força Aérea Brasileira, que conta com mais de 9 mil mulheres. Considerando que o total de efetivo é de 322.940, o número de mulheres no serviço militar corresponde a apenas 6%.

Mariana Oliveira faz parte desses 6%, a primeira tenente do agro técnico da marinha fala sobre a incorporação tardia das mulheres na corporação: “Até então as mulheres só entravam por concurso público, já com o superior, para trabalhar na antiga marinha”. Nos dias de hoje, as mulheres tem a opção de entrar também por meio de um processo seletivo do Serviço Militar Voluntário. “Essa turma de aspirantes na escola naval provou que elas podem fazer o mesmo caminho que os homens, né?” concluiu.  

A mulher cada vez mais vem desempenhando papel de importância para as forças armadas. Uma Capitã de corveta da Marinha, que não quis se identificar, comenta que funções que antes eram ocupadas só por sexo masculino atualmente são ocupados por mulheres também. Ela acredita que nos dias de hoje não existe desigualdade entre homens e mulheres “Já tive mulher superior e tudo correu bem”, disse sobre a adaptação do grupo que trabalha.

Maria Rosa Lombardi fala em sua tese “As mulheres nas Forças Armadas brasileiras: a Marinha do Brasil 1980-2008” sobre como as coisas funcionavam para as mulheres na Marinha. A presença das mulheres nas Forças Armadas nacionais marca o século XIX, inicialmente de forma heróica, como nos casos de Maria Quitéria e Ana Vieira, que participaram de revoluções na Bahia e em São Paulo, respectivamente. A seguir, as mulheres integraram o corpo de enfermagem do Exército, na Segunda Guerra Mundial, adquirindo alguma consistência numérica, somente a partir da década de 1980.

O Coronel Rodrigo Martins, de 48 anos, afirmou que não existe desigualdade entre gêneros no exército. “Prova disso é que desde o ano passado as mulheres também passaram a frequentar o curso de combatentes.” Antes as mulheres estavam em funções administrativas, nunca dentro de campo, mas, em 2017, 40 mulheres conquistaram um concurso que as tornarão combatentes em 2021. “Elas são extremamente profissionais, dedicadas, abnegadas e trazem um equilíbrio e igualdade necessários à qualquer ambiente profissional”, conclui.

Matéria produzida por: Bárbara Canela, Bruna Lima, Carolina Sampaio, Giovanna Villas-Bôas, João Victor Thomaz, Larissa de Oliveira, Mariana Colpas, Renan Adnet e Yuri Murta

Texto: Bruna Lima, Larissa de Oliveira e Mariana Colpas