Redes sociais e influenciadores digitais: as novas fronteiras da comunicação
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Por Juliana Ramos Lois e Leonardo Castelo Branco
Alguns segredos do Esporte Interativo para ter conquistado a liderança no Facebook entre as páginas que têm o maior engajamento em esportes, foi gerar um volumoso número de posts por dia – nada menos que 400 – e ter utilizado as ferramentas de segmentação da rede social. Desta forma, posts que envolvem disputas entre times do Nordeste, por exemplo, atingem apenas os fãs da página naquela região. Foi o que revelou o gerente de mídias sociais do canal, Felipe Tebet, hoje (7/11), durante palestra na 4ª Semana de Jornalismo da ESPM Rio, realizada no auditório da faculdade, no Centro. O debate – sobre redes sociais e influenciadores digitais – contou ainda com a participação de Eduardo Marques, gerente de Mídias Digitais na In Press Porter Novelli.
“Precisamos entender o comportamento de cada plataforma para gerar conteúdo específico para cada uma delas”, disse Tebet, que contou como o canal atua nas redes sociais, publicando posts originais de acordo com o perfil de cada rede. No Facebook, o Esporte Interativo está à frente, inclusive, de clubes como o Real Madrid e o Barcelona. A rede social é responsável por 80% da audiência do canal no universo digital.
Tebet explicou ainda a diferença entre digital influencers e celebridades. Segundo ele, os primeiros possuem um contato mais próximo com a sociedade, por meio de recursos como o Stories no Instagram, Snapchat, Facebook ou YouTube, mostrando seu cotidiano, casa e rotina. Já as celebridades são mais distantes, aparecem mostrando somente o lado “maquiado” da vida.
Para Eduardo Marques, os influenciadores digitais são indivíduos que movimentam uma grande quantidade de pessoas e têm capacidade de promover produtos e serviços pelas redes sociais graças ao seu público fiel. De acordo com pesquisa feita pelo Google este ano, das 20 personalidades mais influentes no Brasil, metade nasceu no universo digital, lembrou o jornalista. Ele citou ainda a importância dos micro-influenciadores, aqueles que têm a partir de 500 inscritos em seus canais no YouTube. Marques explicou que, quanto menor o número de seguidores, maior o engajamento, o que pode ser mais atraente para algumas marcas que querem atingir públicos mais específicos.
Eduardo Marques considera que marcas como Uber, Waze, Netflix, Airbnb, WhatsApp e Tinder vieram para balançar o mercado tradicional de diversos segmentos econômicos. E o jornalismo não escapa ileso às mudanças trazidas pelas ferramentas digitais. Segundo ele, “a comunicação é um processo que está sempre em modificação”. Ele acredita que, para assegurar o sucesso dessa parceria, é preciso entender os influenciadores e fazer com que as marcas apareçam autenticamente na conversa deles. Ele citou o caso dos Supermercados Guanabara, que contratou Hugo Gloss para gerar conteúdo sobre a promoção de aniversário da rede. Para ambos os palestrantes, a adaptação do jornalismo a esse universo é mais que necessária: significa o futuro da informação e um maior reconhecimento entre público e marcas.