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O Projeto Willow pode acabar com o planeta?

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Durante uma reunião no dia 13 de março, Joe Biden, atual presidente dos Estados Unidos, aprovou um projeto que permite a exploração de petróleo e gás no Alasca. O Projeto Willow, responsabilidade da multinacional ConocoPhillips, tem como objetivo produzir 180 mil barris de petróleo por dia ao perfurar uma das mais amplas regiões públicas preservadas do estado.

Estimativas do Escritório de Gestão da Terra dos Estados Unidos indicam que ele irá gerar até 278 milhões de toneladas de gases do efeito estufa ao longo dos seus 30 anos de vida útil, o correspondente à emissão de cerca de dois milhões de carros. 

Com o propósito de gerar milhares de empregos e contribuir para a independência energética dos Estados Unidos, a iniciativa contou com amplo apoio dos políticos do estado do Alasca, que vinham defendendo sua aprovação junto ao Governo Federal. Nos últimos dias, o governo dos EUA vinha sofrendo uma intensa pressão de grupos ambientalistas.

Com intuito de agradar os ativistas, o país anunciou que está trabalhando em proteções adicionais para uma grande área de reserva nacional de petróleo e que planeja proibir terminantemente a perfuração sobre uma grande área do Oceano Ártico às margens desta reserva. 

Por conta do possível efeito na natureza, a repercussão da aprovação foi bastante negativa, gerando não só protestos mas também debates ao redor do mundo. Nas plataformas digitais, principalmente no TikTok, Twitter e Instagram, os jovens se comoveram com a causa e criaram movimentos de protesto como a #StopWillow.

Motivados pela contradição de Biden, que, em 2021, afirmou que não tinha a intenção de assinar e permitir o projeto, os ativistas avançaram com as revoltas e manifestações por todo o país. A mais famosa foi a que se instalou em frente a Casa Branca, onde os manifestantes posicionaram uma faixa com a frase: “Stop the Willow oil Project”, que se traduz para “Parem o Projeto de Petróleo Willow”.

Segundo essa proposta do Projeto Willow, a emissão dos gases estufa por meio da exploração do petróleo, afetará significativamente o ecossistema terrestre. De acordo com a socióloga e ativista ambiental Pagu Rodrigues, que compõe a Comissão de Povos Indígenas da OAB-SP, o projeto não só afeta a consolidação do efeito estufa, como também danifica a fauna e a flora local. Além disso, a retirada do petróleo colabora com um aumento da temperatura planetária, prejudicando o futuro da Terra.

Ativistas e ambientalistas reconhecem que o progresso econômico deve ser pautado nos princípios de sustentabilidade, direitos da natureza, territórios tradicionais e em um outro modo de vida que não seja o da extração de lucro. “No Brasil, é possível observar ondas de calor cada vez mais frequentes, secas e enchentes devastadoras e a redução na produção de alimentos”, afirma a ecossocialista Renata Padilha ao emitir um alerta para a maior incidência de eventos extremos, que causam, em todas as regiões, prejuízos econômicos e impactam, principalmente, as populações mais vulneráveis.

Reportagem: Agnes Todesco, Joana Braga e Vitor Renato

Supervisão: Anna Julia Paixão e Gabriel Rechenioti

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