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O lambe-lambe nas ruas do Rio

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As paredes chamam a atenção de quem passa pela esquina da Rua do Ouvidor com Rua do Carmo, no Centro do Rio. Dois meninos, sentados sobre um muro, trocam olhares com quem passa por ali. As crianças, de origem pobre, ganham visibilidade pelas mãos do artista urbano, Alberto Pereira. Ele conta que sua inspiração é a própria sociedade: “O que eu não considero um caminho saudável, em questão social como um todo, é o que eu preciso comunicar, tenho necessidade de tentar fazer que as pessoas sejam mais empáticas e reflitam”.

O nome dessa arte praticada por Alberto se chama Lambe-Lambe, mais conhecida como Lambe. Ela teve sua origem ainda no século XIX, após o aperfeiçoamento da indústria gráfica da época, que tornou possível produzir em massa, imagens idênticas e com boa qualidade de impressão. Os primeiros Lambes foram peças publicitárias, devido ao baixo custo e a facilidade de distribuição. Um pouco de cola, uma folha de papel e uma parede bastavam para difundir a informação. Entretanto, o viés publicitário perdeu força para os meios digitais nos dias de hoje, ainda mais rápidos e de maior alcance.

Atualmente, o Lambe é usado como forma de expressão por artistas de rua. Essa forma de arte, muitas vezes retrata críticas à sociedade, como nas obras de Alberto Pereira. Ele acredita que o mundo está passando por um momento delicado: “Acho que é um exercício para a reflexão, não é sobre curar ninguém nem nada, é só para dar uma pausa e pensar no que você está fazendo, pensar em como você está conduzindo sua vida, pensar em que você tem pensado sobre a vida e sobre os outros e recomeçar os pensamentos”. O artista Samuel Bok, por outro lado, vê sua obra de forma diferente: “Não sinto que minha arte é tão política, não acho ela tão crítica, ou pelo menos não de uma forma tão direta”.

Reportagem: Pedro Cardoso e Yan Lacerda

 

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