O futuro do rádio
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O surgimento de um produto mais moderno e inovador leva à crença de que seu antecessor irá acabar. Um exemplo disto foi a invenção da televisão que poderia levar ao fim do rádio. Entretanto, não é isto que os números mostram. Segundo os últimos dados da pesquisa feita pelo Kantar Ibope Media, o rádio arrecadou R$ 6 bilhões em 2017, um crescimento de 24% em relação a 2016.
O rádio no Brasil teve a sua primeira transmissão em 1923, trazendo com ele mudanças culturais e aumentando o sentimento de coletividade na população. De início, o meio de comunicação foi muito aceito, principalmente porque 65% da população era analfabeta. O aparelho de comunicação fez as notícias se tornaram mais acessíveis e a recepção da informação passou a ser mais prática.
Hoje em dia, mesmo com os novos meios de comunicação, muitos ainda optam pelo tradicional rádio. Izaura da Silva de 85 anos escuta rádio diariamente: “Ouço para escutar as notícias, saber o que está acontecendo pelo mundo e também para poder ouvir música”, diz. A aposentada contou também que prefere escutar o rádio por ser mais prático, “posso ouvir enquanto cozinho ou quando estou deitada relaxando”.
A praticidade do veículo atrai muitos ouvintes diários, como os motoristas, que mesmo envolvidos no trânsito, conseguem se manter informados e entretidos. “Escuto rádio direto, principalmente quando estou trabalhando, ouço notícias, músicas, depende da hora do dia.” comentou o taxista Michel dos Santos Oliveira, de 31 anos.
Um grande concorrente do veículo, são as plataformas de streaming, que estão em constante crescimento. No próprio ano do seu lançamento, em 2012, haviam crescido mais de 64% de acordo com a página eletrônica da Rádio Transamérica. Porém, esta novidade não é suficiente para muitos, o taxista acha que o rádio é um meio informativo, “É bom para as pessoas saberem das coisas que estão acontecendo e um aplicativo de música não vai te noticiar”.
Segundo a Associação Catarinense de Rádio e Televisão, como maneira de lidar melhor com as evoluções tecnológicas e se manter no mercado, as rádios procuram investir na criação de aplicativos para tablets e smartphones É uma maneira da plataforma se estender para outros veículos, conseguindo atingir um público mais jovem e ampliar as possibilidades comerciais.
Apesar das plataformas de streaming, o concorrente direto da rádio é a televisão. Entretanto, mesmo com a popularização da TV, o rádio segue forte e se reinventando. Segundo Nélia Del Bianco, professora da Universidade de Brasília o rádio estimula a imaginação: “É um meio cego, ao ouvir a voz do locutor o ouvinte tenta visualizar o que ouve, criando na mente a imagem de quem fala.”
“O futuro do rádio é o jornalismo”, afirma Fernando Morgado. Cada vez mais as pessoas esperam do rádio a prestação de serviços, a informação e uma comunicação que faça com que as pessoas se sintam parte de um conjunto. O jornalismo retrata os fatos e usa a essência da prestação de serviços do rádio para oferecer a notícia rápida como a demanda atual exige. É por esse motivo que o jornalista acredita que o futuro do radiojornalismo será positivo.
Matéria: Bárbara Canela, Bruna Lima, Carolina Sampaio, Giovanna Villas-Bôas, João Victor Thomaz, Maria Eduarda Volta, Maria Luísa Martins e Yuri Murta.