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Jorge Furtado e o amor pelo cinema brasileiro

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Hoje, dia 9 de junho, é aniversário do cineasta e roteirista brasileiro Jorge Furtado. Séries renomadas como “Sob Pressão” e “Doce de Mãe” são exemplos de suas criações atuais. No início de sua carreira, o gaúcho conquistou grande sucesso de público e crítica com curta-metragens como “Ilha das Flores”, filme que rendeu prêmios nacionais e internacionais, até mesmo no Festival de Berlim em 1990.

Aos 62 anos de idade e quase 40 de carreira, Furtado assinou célebres obras para a televisão e para o cinema brasileiro. Antes de encontrar sua vocação, o cineasta cursou medicina, jornalismo e psicologia, mas não concluiu nenhum dos cursos. Em sua última produção, o roteirista decidiu adaptar um filme de Domingos de Oliveira: “Todas as Mulheres do Mundo”, de 1966. Transmitida no horário nobre da TV Globo, a série, protagonizada pelo ator Emílio Dantas, contém uma estética cômica e diversos conflitos amorosos.

A estudante de cinema Debora Cerkes, diz-se inspirada pelo cineasta e por suas obras. Ela destaca algumas e explica o motivo de sua admiração. “Jorge Furtado é uma referência para mim, além de ser um grande nome do cinema brasileiro. Recentemente, no ano de 2020, ele lançou uma série na Globoplay chamada “Todas as Mulheres do Mundo”: é uma comédia romântica, vale a pena ver. Contudo, a minha obra preferida dele é “Os Normais””.

O cineasta também se aventurou no mundo da literatura. No ano de 2002, publicou uma série de contos como: “Meu Tio Matou um Cara e Outras Histórias”, este inclusive ganhou um filme de mesmo nome em 2004, estrelado pelo ator Lázaro Ramos. Daí em diante, Furtado lançou mais alguns livros, como “Trabalhos de Amor Perdido” e “A Face Escondida da Criação”.

A escritora e roteirista Glória Barreto aprecia a capacidade do processo criativo do cineasta. “O que mais admiro em Jorge Furtado é sua criatividade na linguagem narrativa de suas obras. O seriado “Os Normais” foi um marco na estética cômica da dramaturgia nacional”. Glória explica como Furtado consegue trabalhar em diversos gêneros televisivos e cinematográficos: “obras como Lisbela e o Prisioneiro que resgata uma narrativa nordestina e O Homem que Copiava com uma linguagem urbana e contemporânea, evidenciam sua capacidade de transitar com competência por todos os gêneros”.

Jorge Alberto Furtado conseguiu circular pela linguagem do cinema, teatro e televisão, conciliando essas três áreas em suas obras e sendo amplamente reconhecido por isso através de prêmios recebidos. Essa facilidade em promover um diálogo entre TV e longa-metragem representa uma renovação na dramaturgia brasileira. Para Sylvio Moura, diretor e dramaturgo, as obras produzidas por Jorge Furtado são únicas, e podem retirar vários elementos delas como inspiração. “Podemos pegar referências na plástica das imagens, às vezes no humor, às vezes na iluminação, é difícil selecionar uma coisa em específico”, afirma.

Como companheiro de profissão, o também diretor enxerga Jorge Furtado como um grande inventor e cientista da área, já que ele se arrisca escrevendo roteiros, produzindo minisséries e traduzindo obras estrangeiras. Sylvio Moura afirma compartilhar deste mesmo gosto de Jorge Furtado pela escrita de roteiro, no final da entrevista ele pontua: “Eu também gosto muito de escrever, então essa relação com roteiro pra mim pega muito. E é isso que é legal, pegar esse cara que tá na direção, tá na novela, na minissérie, no filme, tá na direção, tá roteirizando. Isso é uma coisa que eu gosto muito”.

O cinema no Brasil tem muito que agradecer a Jorge Furtado por suas obras cinematográficas que continuam inspirando as presentes gerações na produção de novos longas/curtas. Sua fotografia, direção de arte e roteiro entraram para a história do audiovisual nacional. Sua parte na Literatura também é de grande importância, entregando vários títulos que se popularizaram no cenário brasileiro.

Reportagem: Amanda Domicioli, Alberto Ghazale, Arthur Vilela, Felipe Rinaldi, Filipe Fernandes, Júlia Araújo, Laura Tito e Leonardo Marchetti.

Supervisão: Felipe Roza, Juliana Ribeiro e Pedro Cardoso

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