GOMA: curta-metragem LGBT
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O projeto GOMA, criado por Caio Barros, responsável pela direção e produção de arte, e Gabriel Hespanha, roteiro e direção, apresentado hoje em uma palestra na Semana de Talentos da ESPM, foi criado a partir de uma vontade de falar sobre a noção de sexualidade e gênero que está muito presente na vida dos dois e sobre viver no território do Rio de Janeiro sem certa hostilidade, às pessoas da comunidade LGBT.
A ideia original do projeto, que mostra experiências de três jovens LGBT, vem de situações que os dois produtores do projeto dizem ser de interesse particular, uma vez que também retratam suas realidades. “É um curta muito inspirado no The Gay Manifesto, de Carl Wittman. A gente fez uma leitura sobre isso e partiu de um ponto para começar a entender como as pessoas como indivíduo gay, como quem não se enquadra em certos estereótipos de gênero conseguem se colocar no seu território e se apoiar.”, fala Caio na descrição de seu trabalho.
O nome da obra vem do Dicionário Pajubá e goma significa casa; habitação; mocó. O pajubá é um dialeto africano que foi incorporado no português, muito usado pelo chamado povo do santo, que são praticantes de religiões afro-brasileiras como candomblé, e também pela comunidade LGBT. O nome foi escolhido para passar a ideia de que o apoio da comunidade LGBT pode ser uma habitação para eles.
O curta é filmado em pontos da cidade do Rio de Janeiro, que Caio chama de “território de poder”, por se tratar do cenário da vida de todos os personagens da filmagem. Nele, os três amigos dos criadores do projeto contam um pouco de suas vivências e relações com a sociedade. “Eu não conseguiria passar pelos momentos que já aconteceram comigo se eu não tivesse essas pessoas e vivendo isso junto com alguém.”, relata Isabela Galante, de 23 anos, uma das participantes do curta.
Reportagem: Mariana Colpas