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Dia internacional da floresta: no Brasil, há o que comemorar?

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Com o objetivo de conscientizar sobre a importância dos ecossistemas florestais, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) criou, em 1971, o dia internacional da floresta. Apesar de ser o país com a segunda maior área florestal do mundo, o Brasil não tem priorizado a preservação ambiental e caiu 23 posições em relação à edição de 2016 do ranking bienal de países verdes, elaborado pelas Universidades de Yale e Columbia em 2018, que avalia a taxa de desmatamento, qualidade do ar, biodiversidade e recursos hídricos.

“Eu acho que o Brasil está muito aquém do que poderia ser no quesito de preservação de seus biomas e preservação de suas florestas”, disse a bióloga Deborah Salim, de 30 anos. Segundo a mestranda em Botânica, desde 2012 ocorreu um retrocesso na preservação, com a mudança do código florestal. “Antigamente, a gente tinha uma defesa das florestas com o antigo código florestal, mas o novo flexibilizou muito a proteção, reduziu a área que deveria ser preservada de reservas legais, de proteção permanente”.

Nos últimos anos, houve uma intensa flexibilização das leis ambientais no país, como aponta o Instituto Tricontinental de Pesquisa Social. Em 2018, no Mato Grosso, a lei Nº 7.161/1999, que protegia as margens do rio Cuiabá de atividades de desmatamento, foi flexibilizada, o que gerou impactos notáveis no panorama de preservação ambiental do estado. De acordo com a bióloga, retirar a vegetação das margens dos rios pode causar  um assoreamento, ou seja, o rio vai sendo aterrado naturalmente. “Ocorre um impacto direto naquele rio, nos peixes e demais seres vivos, porque você vai matando, se retira aquela vegetação dali”.

Segundo um relatório de 2018, elaborado pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), a porcentagem de desflorestamento no país representada pelo estado do Mato Grosso aumentou para 35%. Esse percentual era de 13% antes da diminuição da  rigidez das leis

O atual governo do país tem demonstrado que continuará tornando as leis menos rígidas. Um exemplo disso foi a cogitação da saída do Acordo de Paris, que tem como objetivo diminuir a emissão de gases poluentes, a fim de conter o aquecimento global. Fato é que o Brasil caminha no sentido contrário ao proposto pela FAO nesse dia.

Expectativa de área desmatada no Brasil em 2050. Foto: Greenpeace

Matéria produzida por: Gustavo Senna, Malu Martins e Patrick Garrido.

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