O segredo por trás de marcas inovadoras como Spotify, Tinder e Google
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Em sua sétima edição, o Brand Impact começou na tarde de segunda feira, no auditório do Clube de Engenharia, no Centro do Rio. Realizado pela ESPM Jr, o evento visa reunir grandes marcas a fim de levar conhecimento sobre o marketing e suas estratégias. No primeiro dia, os palestrantes tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre as marcas Spotify, Tinder e Google.
Para abrir o evento, Victor Sorriso, do Spotify, contou sobre a evolução do consumo da música no mundo, desde o vinil até o streaming. A marca foi criada em 2008, na Suécia, e, no início, era apenas uma biblioteca de música. “Oobjetivo do aplicativo, atualmente, é fazer com que as pessoas escutem cada vez mais músicas e fiquem mais conectadas no aplicativo. Hoje em dia, cerca de 100 milhões de pessoas utilizam o Spotify.”, afirmou Sorriso.
O paulista, ex-aluno da ESPM, é responsável pela venda da publicidade na plataforma desde o lançamento no Brasil, em 2013. Atualmente, a marca conta com 10 milhões de usuários ativos. Destes, 70% não pagam pelo serviço. E é justamente em cima desse grande percentual que a marca procura parcerias como estratégia de marketing.
Sorriso citou também grandes parcerias como com a Ford, BMW, e mais recentemente, a Uber: “ Em alguns países, o usuário já pode pedir um carro e escolher a música que quer ouvir no exato momento que o Uber chega para apanhá-lo.”
“Existe a indústria de petróleo, a de automóvel, mas a gente trabalha com a do amor”. Foi com esta frase, muitas vezes utilizada por quem trabalha no Match Group, que Clarissa Assumpção, diretora de marketing do grupo na América Latina, iniciou sua apresentação sobre o Tinder. O aplicativo surgiu com a premissa de diferenciar-se dos sites de encontros. O conceito de “Mutual Match”, com o qual trabalha, prevê que só haja a conversa caso o interesse das duas pessoas seja recíproco.
Outra inovação foi a função deslizar. Com o deslize dos dedos na tela do aparelho, para esquerda ou para direita, o usuário pode, respectivamente, descartar ou aprovar outra pessoa. O aplicativo, criado por universitários nos Estados Unidos,no final de 2012, obteve mais reconhecimento quando ganhou um prêmio de Startup mais renovadora, em 2013. E um maior fortalecimento dele ocorreu sem grandes gastos, segundo Clarissa. “Eles começaram a procurar universitários e passaram a fazer propagandas nas festas deles. O custo foi baixo porque fomos ao público certo”, contou a diretora de marketing.
O crescimento do Tinder no Brasil aconteceu como uma coisa quase orgânica, de acordo com Assumpção. A imprensa local replicava notas internacionais sobre ele e, graças ao vício do brasileiro por redes sociais e a sua eterna curiosidade em saber o que acontece fora do país, o aplicativo acabou conquistando de vez o público do Brasil. Associados a estes fatores, algumas ações de marketing também ajudaram o Tinder a se firmar de vez no mercado. No carnaval de 2014, no Rio de Janeiro, copos, adesivos e molduras do aplicativo foram distribuídos para os foliões que lotavam a cidade. Assim, o aplicativo obteve muito mais reconhecimento e, como nos EUA, sem grandes gastos financeiros.
Por fim, quando questionada sobre o uso do aplicativo para relações sexuais, Clarissa respondeu dizendo ser algo muito relativo. “Nós sempre recebemos diversas histórias de pessoas que se conheceram pelo aplicativo e casaram, tiveram filhos. Mas, claro, também têm muitos conseguindo relações sexuais diariamente”, concluiu Assumpção.
A última palestrante do dia foi a de Lauren Pachaly, responsável pelas estratégias de marketing do Google e que trabalha na empresa há oito anos e meio. Ela iniciou a apresentação com sua definição de carreira: “é o caminho que você faz em busca das suas paixões”. E explicou, aos futuros e atuais profissionais, como sobreviver num mundo totalmente dinâmico, o do marketing. “Quando tiver algo novo, não veja como problema. Você deve achar incrível e querer aprender”, explicou Pachaly.
Com muita descontração enquanto falava sobre seu trabalho e suas histórias, ela contou sobre a briga diária numa empresa multinacional.” Não é só trazer um projeto de fora para cá. A grande questão é reinventá-lo de acordo com a realidade do país”, afirmou. Algumas campanhas foram citadas no evento. Destas, há as boas e que foram muito reproduzidas, como a do aplicativo Waze – à época, recém-comprado pelo Google. O resultado foram mais de 2,2 milhões de novos usuários graças ao vídeo da campanha. Entretanto, existem ótimas campanhas que ninguém viu, mas isso não significa algo negativo. “Nem todas serão vistas, mas é importante tentar”, disse Pachaly.