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Cine Resenha: Pose

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No mês de junho é comemorado o Orgulho LGBTQ+, desde uma rebelião que aconteceu no bar Stonewall, em Nova York, no dia 28 de junho de 1969. Na ocasião, a repressão policial contra os frequentadores do bar gerou uma revolta por parte da comunidade, e desde esse dia, o ocorrido é relembrado todos os anos pelo mundo inteiro. Por isso, a crítica desta semana é referente a uma produção que vem sendo aclamada por trazer uma história e elenco com diversidade. 

A série “Pose” produzida por Ryan Murphy, Brad Falchuck e Steven Canals foi lançada pelo canal Fx, em 2018, nos Estados Unidos e está disponível na Netflix. Com o maior elenco transgênero da história da televisão, a série possui alta representatividade para a comunidade LGBTQ+. Além disso, todo o lucro obtido será revertido para financiar projetos de educação e saúde, como o combate ao HIV. 

Pose retrata a vida da comunidade transgênero no final da década de 1980, em Nova York e explora o universo e a importância dos chamados balls, que eram bailes organizados, geralmente por drags queens. Nas competições, realizadas em discotecas, cada participante deveria desfilar de acordo com o tema escolhido e mostrar a razão de merecer um troféu, as balls eram uma forma de resistência para membros da comunidade.

Já no primeiro episódio é fácil de conectar-se com a trama. Desde personagens com comentários sarcásticos e ácidos até outros com mais ingenuidade, o espectador consegue se identificar com cada história. A série expõe a negação e a falta de apoio das famílias, como é o caso do jovem Damon, que sonha em se tornar um dançarino famoso e de Angel, que participa da Casa da Abundância. Um dos pontos mais importantes da trama, é a forte representatividade de pessoas transsexuais e homossexuais no elenco. Para Gabriela Saturno, mulher trans e ativista na causa, a série consegue evidenciar os problemas sociais em relação a esse grupo que perduram até hoje.

Pose consegue demonstrar que há realidades diferentes das que são mostradas na maioria dos filmes e séries, que usam personagens da comunidade LGBTQ+ de maneira estereotipada. “Essas representações desencadeiam uma trajetória de pertencimento e inserção social”. Narrativas como essas dão a oportunidade de reconhecer os privilégios ou opressões que rodeia as pessoas e, principalmente a forma de lidar com essas questões, diz a ativista.

Fora isso, a série e seu elenco tem fatos interessantes, são eles:

  • Uma das protagonistas, Indya Moore, tem usado suas redes sociais para dar auxílio a mulheres trans negras, e já arrecadou mais de 20 mil dólares. Além disso, o ator Billy Porter entrou para a história como o primeiro homem assumidamente gay a receber o Emmy de melhor ator em série de drama pelo seu papel na série.

 

  • Os bailes, um dos principais focos da série, realmente existiram. Eles surgiram no século passado e tiveram seu ápice durante os anos 80, década em que se passa Pose. Eram competições com apresentações de diversas categorias e modalidades, como desfiles e performances de dança. Dentre esses, se destacava o “Voguing”, estilo de dança caracterizado e inspirado nas poses de modelos, com movimentos corporais marcantes. 

 

  • A maioria dos participantes dos bailes pertenciam a grupos conhecidos como houses, casas lideradas por “mães” que acolhiam e forneciam apoio a integrantes dessa comunidade que foram expulsos de casa. Elas competiam umas com as outras na disputa por troféus e títulos, o que lhes rendia reconhecimento. Assim, esse era o refúgio para muitos jovens na época. 

 

  • O HIV está entre um dos assuntos mais importantes abordados na série. A epidemia da aids teve um boom entre meados dos anos 80 e início dos 90, quando a série se passa. O tema é retratado com delicadeza, visando instruir e alterar a respeito da gravidade da doença. 

Por: Bruna Barros, Camila Hucs, Eloah Almeida e Gabriela Leonardi

Supervisão: Maria Luísa Martins e Patrick Garrido

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