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Cine Resenha

Crítica: Meu Anjo

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  • Beatriz Lessa

O drama francês, “Meu Anjo” (2018) teve sua estreia no Festival de Canneès em Julho deste ano. Essa é o primeiro longa-metragem de Vanessa Filho como diretora. Seu elenco apresenta a premiada atriz Marion Cotillard, interpretando Marlène, a inconsequente mãe da pequena Elli (Ayline Aksoy-Etaix).

A trama conta a história de uma incomum relação entre mãe e filha, onde a jovem Elli precisa crescer rapidamente para lidar com sua mãe alcoólatra. A história se desenvolve melhor, quando Marlène resolve ir para mais uma de suas festas acompanhada da filha. No fim da noite, no entanto, apenas a menina volta para casa, enquanto sua mãe vai embora com um pretendente. Assim, Elli fica dias sem saber do paradeiro de sua mãe e tem que aprender a cuidar de si, lidar com a solidão, com a sua infância adultizada, a qual o álcool também se faz presente, além de enfrentar o bullying escolar. Com todos esses problemas, a menina tem o desejo de descobrir quem seria seu pai biológico, o que faz desenvolver uma amizade baseada em um amor quase paternal entre Elli o Julio, um homem que vai frequentemente ao seu prédio em busca do pai.

Esteticamente, o filme investe em  enquadramentos fechados nos rostos de Elli e Marlène, focando na projeção das ações da mãe na vida da menina. No desenrolar da trama, o uso de câmera em movimento e com passagens desfocadas se faz muito presente quando a menina está sozinha, ou com a mãe. A escolha, ilustra bem  a falta de rumo e desorientação tanto de Elli como de Marlène. Já quando Elli está na companhia de Julio, o uso de câmeras paradas predomina, mostrando o conforto e a estabilidade que a menina sente na companhia dele.

O filme é uma boa pedida para aqueles que gostaram do clássico “O Profissional” (1994) pela relação de Elli e Julio buscarem semelhanças na de Léon e Mathilda. E também do recente “The Florida Project” (2017), uma vez que as duas produções apresentam o tema da infância e adultização diante de suas mães nada tradicionais.

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