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Recordes de audiência da NFL e amadorismo na liga brasileira

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A temporada da NFL(National Football League), maior liga de Futebol Americano do mundo, começa nesta quinta-feira, e a audiência no Brasil promete ser a maior da história. O esporte está em ascensão entre os brasileiros, tendo registrado o recorde de audiência durante o último Super Bowl (final da NFL). O desenvolvimento de uma liga nacional e a profissionalização dos atletas ainda é um problema a ser resolvido no país. 

Diferente de vários lugares, onde o futebol é o esporte mais popular, nos Estados Unidos a paixão nacional é o Futebol Americano. Tanto que o país é um dos únicos que chamam o futebol convencional de “Soccer”, enquanto para eles, o futebol é o da bola oval. Fora dos Estados Unidos, a prática da modalidade não é tão comum, os estrangeiros representam apenas 5% dos jogadores da NFL, de 20 nacionalidades diferentes. Esse é o menor índice entre todas as ligas americanas de esportes. 

Foto: Rey Del Rio/Getty Image

Apesar de todas as barreiras, de acordo com relatório divulgado pela NFL, os números de audiência no Brasil são animadores. No último Super Bowl, o jogo registrou um pico de audiência de 2,5 milhões de pessoas simultâneas, com uma média de 500 mil telespectadores. Esses são os melhores índices registrados na década. Os detentores dos direitos de transmissão atualmente são a Rede TV (tv aberta), ESPN (tv fechada) e Star Plus + DAZN (streaming).

Recentemente, houve alguns eventos relacionados a NFL aqui no Brasil. Russell Wilson, atleta do Denver Broncos, promoveu uma sessão de autógrafos em uma loja da marca “New Era” no Rio de Janeiro. Também houve a Fan Fest “NFL in Brasa”, realizada no dia do Super Bowl, em São Paulo. Para Cayo Pereira, jornalista especializado em Futebol Americano do Lance, essas ações são uma forma de aproximar o público brasileiro do esporte.”Esse tipo de evento mostra que a NFL está de olho no Brasil e que reconhece que o país é um mercado a ser explorado em um futuro próximo”.

Foto: Gazeta Esportiva

Devido a alta audiência da liga no Brasil, representantes da NFL pretendem trazer um jogo da temporada para o Brasil a partir de 2024. A partida faria parte do “NFL International Games”, que é o programa da Liga para globalizar a marca, com alguns jogos fora dos Estados Unidos. Em 2023, os países que vão receber as partidas internacionais são Alemanha e Inglaterra. A partida em solo brasileiro é cogitada para ser em São Paulo ou no Rio de Janeiro.

Outra notícia animadora para os fãs brasileiros é a ascensão de Davi Belfort, filho do lutador Vitor Belfort, que surge como grande promessa brasileira no esporte. O jovem de 18 anos tem planos de ingressar na NFL em um futuro próximo. O jornalista Cayo Pereira acredita que o jovem tem chances de obter sucesso nessa jornada e impulsionar ainda mais o futebol americano no Brasil. “Seria talvez o ápice desse interesse do país no esporte. Seria a chance de abrir de vez a porta do Brasil para a NFL.”

Apesar da audiência crescente, a prática da modalidade no Brasil ainda tem problemas para se profissionalizar. Adriano de Castro, atleta do Flamengo Imperadores, revelou que começou a jogar durante um intercâmbio nos EUA. “Eu comecei a jogar através de uma bolsa esportiva que eu ganhei de futebol, só que eu me interessei pelo futebol americano após ver alguns treinos do time da escola e me deu vontade de jogar. Depois disso eu falei com o técnico e ele me aceitou para começar a treinar. Depois disso fui entrando no time aos poucos e apaixonei pelo esporte”. 

Para Cayo, a Liga Brasileira de Futebol Americano ainda está dando seus primeiros passos e descreveu o caminho para o desenvolvimento do esporte. “ O ideal é profissionalizar a liga em todos os aspectos, mostrando a seriedade necessária para lidar com o esporte. Assim como acontece no basquete, no vôlei etc. De resto, acho que podem investir mais na modalidade mesmo. Buscar recursos para elevar o nível técnico dos jogadores, dos gramados, dos estádios… É um processo de longo prazo, mas se bem feito, dará um resultado imenso”.

Foto: Richard Ferrari/Lance

Hoje, quase todos os jogadores dos clubes brasileiros são amadores e tem pouquíssimo retorno financeiro. Adriano de Castro comentou sobre a dificuldade de trilhar uma carreira no Brasil. “Por enquanto não é possível viver de futebol americano no Brasil. O esporte ainda é amador para muitos. Mas existem alguns times que estão começando a se profissionalizar, como o Galo ou o Rio Preto, de São Paulo”. A principal competição nacional é a Liga BFA, que conta com 26 clubes, divididos por região. O atual tricampeão é o T-Rex, clube de Santa Catarina.

Reportagem: Eduardo Gama e João Scistowicz

Supervisão: Vitor Renato

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