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Desafios de ser correspondente

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No último dia de palestra da WeekUp, semana de profissões, a ESPM-RJ recebeu os jornalistas Fábio Teixeira e Manuela Andreoni para falar mais sobre como são a vida e os desafios de serem correspondentes internacionais. Seus trabalhos consistem em produzir matérias sobre o Brasil voltadas para o público do exterior. Foram discutidos pontos como os prós e contras, diferença para o jornalismo de redação, além de dicas para estudantes que pretendem seguir a área.

Fábio, correspondente no Brasil da Thomson Reuters Foundation para coberturas de trabalho escravo e tráfico humano, explicou sobre como é  produzir um material direcionado para um público de outro país. De acordo com ele, um dos melhores pontos de ser correspondente é a grande autonomia, porém, as responsabilidades crescem. “Dependem de você para tudo. Porém, aumenta sua responsabilidade. Você precisa passar o contexto da situação para que eles entendam”.

Repleto de padrões impostos pela empresa, o jornalista precisou se remodelar para conseguir ter sucesso. Seu inglês, que acreditava ser fluente, não bastava. A forma que escrevia, não era a ideal. E, principalmente, o público para quem venderia o produto era diferente. “Houve momentos que achei que seria demitido por não estar rendendo”.

Por já ter experiência em nomes fortes como o Jornal do Commercio e O Globo, Fábio passou a se questionar e entender mais sobre a importância da matéria do Brasil fora do país e porque o público se interessaria. A partir daí, se estabilizou e hoje consegue acompanhar a empresa.

Já Manuela, trabalha produzindo matéria para mais de uma empresa, ou seja, é uma freelancer. Hoje, tem cargo fixo no New York Times, como correspondente no Rio de Janeiro. Suas matérias já foram publicadas em grandes sites como New Yorker Magazine, The Globe and Mail e BBC Panorama. Seu produto é mais voltado para o jornalismo investigativo, área em que fez mestrado na Universidade de Columbia, em Nova York. Apesar de ter cargo fixo no NY Times, não deixa de produzir outros materiais, sendo um deles o Diálogo Chino, site com publicações voltadas ao meio ambiente em três línguas diferentes.

Ela contou também sobre as maiores dificuldades que enfrentava no início da profissão: “É comum brigar para ter crédito, precisamos lutar pelo nosso espaço”. Essa é a realidade de jornalistas independentes que não possuem contratos fixo com determinadas empresas, e vendem sua matéria produzida para tais. Após conquistar, gradativamente, seu espaço e se estabelecer no mercado, Manuela afirma que passa a ser procurada para produzir matérias não só sobre seu país natal, mas de toda América Latina.

Confira mais sobre a palestra no vídeo abaixo dos convidados do dia: 

Reportagem: Lucas Pires e Pedro Cardoso