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Enfrentamento das mudanças do clima deve fortalecer ações de adaptação

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O investimento em ações de adaptação às mudanças do clima deverá ser uma das propostas a serem levadas aos chefes de Estado na próxima semana, dentro das negociações do G20. A expectativa é do secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco. “O Brasil promoveu muitos debates mostrando que os investimentos em adaptação, principalmente para os mais vulneráveis, tem que ser uma prioridade do mundo. E isso está na declaração final dos ministros do meio ambiente e vamos trabalhar para que também esteja na (declaração final) dos chefes de Estado”.

Ele foi um dos participantes da plenária “Sustentabilidade, mudança do clima e transição justa, uma das três realizadas nesta sexta-feira (15), na programação do G20 Social. Também participaram o Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, a economista francesa e negociadora chefe do Acordo de Paris de 2015, Laurence Tubiana, a representante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Marciely Tupari, e a diretora técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Adriana Marcolino.

Adaptação às mudanças do clima 

Ações de adaptação às mudanças climáticas são aquelas que visam reduzir a vulnerabilidade das pessoas, comunidades, ecossistemas e economias aos impactos das mudanças do clima. Essas ações buscam ajustar sistemas naturais e humanos para lidar com os efeitos já observados ou esperados dos extremos climáticos.

Mais investimentos nesta área podem ser fundamentais em realidades como a da região serrana do Rio de Janeiro. Historicamente, tempestades, enchentes e deslizamentos acometem grande parte da região serrana do estado e essas não são ocorrências isoladas. Apenas a título de lembrança, em 2011, os municípios de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo foram atingidos por fortes chuvas, deixando mais de 900 mortos, quase 100 desaparecidos e milhares de desalojados.

Trabalhando na ponta, o técnico e agente da Defesa Civil de Teresópolis, Elton Soares, comemora a possibilidade de mais investimento em ações de adaptação e avalia que já houve melhorias nos planos de contingência e mobilidade dos feridos com a implementação de planos locais, mas que é preciso avançar, inclusive envolvendo as comunidades. “Parcerias e conversas com a sociedade civil são fundamentais para expandir a rede de ajuda e atendimento à população, permitindo, por exemplo, driblar dificuldades de deslocamento”, destaca.

Projeções e compromissos para o futuro

Ainda na plenária desta sexta (15),  o ministro Paulo Teixeira, durante a plenária, defendeu que, neste momento político complexo, é crucial a diminuição das emissões e a tributação dos países que mais poluem. Segundo ele, também é essencial a diminuição do desmatamento e a adoção de uma agricultura regenerativa: “a transformação da agricultura de base química para uma que é agroecológica é uma ótima ideia. Isso é, uma agricultura de alta produtividade, mas que recupera as florestas e ainda dá retorno aos trabalhadores”.

Colaboração e inovação

Para o enfrentamento da crise climática, a inovação pode surgir da colaboração entre os diferentes setores da sociedade, segundo Tubiana. “O importante de um encontro como o G20 é a oportunidade das pessoas se juntarem e criarem soluções viáveis para urgentes questões sociais e ambientais do planeta”. 

A coordenadora do APIB, Marciely Tupari, reforça que o conhecimento indígena é fundamental na busca de soluções, uma vez que esses povos vêm há séculos resistindo a crises e ameaças diversas. “O que todos precisam entender é que quando protegemos nosso território, estamos querendo proteger o meio ambiente e todos ganham”, enfatiza.

Matéria produzida pela equipe do Portal de Jornalismo ESPM-Rio, em uma parceria de conteúdos da Comunicação do G20 Brasil

Reportagem: Julia Mota e Pedro Henrique Mello
Foto: Julia Mota
Edição: Guilherme Costa

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