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“Lightyear” vence o ceticismo e entrega uma aventura emocionante

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“Ao infinito e além”

 

Palavras que foram ouvidas pela primeira vez em 22 de dezembro de 1995, no dia que se lançava o que é agora uma das animações mais icônicas de todos os tempos, e o filme responsável por abrir as portas para a era das animações feitas completamente por CGI em Hollywood. Em “Toy Story”, o aniversário do menino Andy está a poucas horas de distância, liderados pelo cowboy Woody, seus brinquedos acabam ficando com medo de serem substituídos por outros mais novos. Entre os diversos presentes que o garoto ganhou, estava um boneco do patrulheiro espacial Buzz Lightyear.

 

Depois de quase 27 anos, a Pixar lançou mais 25 filmes, incluindo sucessos como, “Ratatouille”, “Os Incríveis”, “Procurando Nemo”, entre outros. Apesar de alguns de seus longas, como “Carros 2” e “Procurando Dory” terem feito sucesso de bilheteria, não se diferenciam muito em termos de originalidade. Esse não é o caso de “Lightyear”, que quando foi anunciado, muitos se perguntaram se o derivado era realmente necessário, no entanto, o spin-off exemplifica o que a subsidiária da Disney faz de melhor. Ao invés de ser algo destinado a apenas ganhar lucro com base no nome da franquia, o filme tem uma história impressionante e um tom emocional que não aparecem com frequência no gênero. A justificativa para a existência do filme é inteligente, sendo direta e simples, ele é o live-action, que no universo de “Toy Story”, inspirou a criação do boneco de Buzz que Andy tanto queria. 

 

Uma coisa que se torna aparente desde o começo do filme, é que essa é uma versão original do patrulheiro espacial bem diferente da que aparece na franquia “Toy Story”. Isso pode ser visto na amizade entre o próprio Buzz (Chris Evans) e Alisha Hawthorne (Uzo Aduba), que após um revés trágico envolvendo viagem no tempo, acaba se tornando o principal pilar da história. Possuindo uma narrativa emocionante, que faz você rir com piadas que não parecem forçadas; diversas referências para os fãs da franquia original; chorar com uma amizade tocante e trágica; e ficar maravilhado com a qualidade dos efeitos especiais, que estão entre os melhores já feitos pela Pixar.

A escolha de Chris Evans para dublar o protagonista é excelente, considerando o papel que lhe ganhou reconhecimento internacional. Como Capitão América, Evans retrata um homem militar com um senso de honra e dever inigualável, paralelos que podem ser vistos no patrulheiro espacial, que durante o desenvolver do filme faz de tudo para corrigir os seus erros e “cumprir a missão”. 

 

No Brasil, Buzz é dublado por Marcos Mion, que consegue rebater as críticas feitas após sua escalação para o papel, entregando uma atuação impressionante. Mion comentou sobre a pressão de substituir Guilherme Briggs (o dublador original de Buzz Lightyear) em uma entrevista para a Splash: “É uma das maiores responsabilidades que eu já tive, porque mexe com o imaginário e com a vida de todo mundo. Todo mundo já foi impactado por “Toy Story” em algum momento. Então, a preparação é uma vida toda para ter coragem de aceitar um convite como esse.”

 

Apesar da qualidade do filme, ele também tem passado por polêmicas, sendo banido em 14 países da Ásia e do Oriente Médio por dar destaque ao relacionamento lésbico entre Hawthorne e sua esposa, incluindo uma cena de beijo entre as duas. Em resposta, a produtora Galyn Susman declarou em entrevista concedida à Reuters: “Não vamos cortar nada, especialmente algo tão importante quanto o relacionamento amoroso e inspirador que mostra ao Buzz o que ele está perdendo com as decisões que toma, então isso não será cortado”. 

 

Para resumir, “Lightyear” supera as expectativas de ser algo feito apenas para vender mercadorias, sendo, na verdade, uma aventura emocionante que honra a franquia da melhor maneira possível. O filme consegue entregar um roteiro original que fará com que você queira assisti-lo novamente.

Por: Vitor da Cunha Miguel

Supervisão: Maria Eduarda Martinez

Imagens: Divulgação / Pixar

 

  

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