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ESPM recebe candidatos a prefeitura do Rio em debate realizado pela revista Veja

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Foto: Fabio Rossi

Na manhã desta quinta-feira (12), a Veja Rio, em parceria com a ESPM e apoio do instituto Paraná Pesquisas e do escritório Bonini Guedes Advocacia, realizou um debate entre os principais candidatos à prefeitura da capital fluminense. O evento foi marcado pela ausência do candidato à reeleição, Eduardo Paes (PSD), que alegou incompatibilidade de agenda. Ele lidera as pesquisas de intenção de voto e ontem foi duramente criticado pelos demais concorrentes. 

O evento foi realizado nos estúdios da ESPM, enquanto jornalistas acompanharam a transmissão do auditório. Na sequência, puderam realizar entrevistas com cada um dos participantes. O debate foi transmitido ao vivo no canal da Veja no Youtube e está disponível online.

Estiveram presentes Alexandre Ramagem (PL), Marcelo Queiroz (PP) e Rodrigo Amorim (União) e Tarcísio Motta (PSOL). Os quatro, junto com Paes, são os mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto. O debate foi dividido em cinco blocos, sendo o primeiro e terceiro com perguntas livres entre eles e com perguntas de jornalistas e docentes da ESPM no segundo e quarto blocos. 

Primeiro Bloco

Após sorteio, o primeiro bloco foi iniciado pelo candidato Alexandre Ramagem e a pergunta foi direcionada a Tarcísio Motta. O psolista foi questionado sobre suas pautas em relação ao transporte público. Em resposta, ele aproveitou para detalhar a proposta de implementar tarifa zero nos transportes públicos. Em seguida, Amorim e Queiroz utilizaram do espaço para criticar as ações de segurança pública implementadas pelo prefeito e candidato à reeleição, Eduardo Paes.

Segundo Bloco

A editora de Veja, Sofia Cerqueira, questionou Amorim em relação à Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual – CEDSRIO. Sem dar detalhes do que faria, o candidato alegou que transferiria essa responsabilidade para seu vice Fred Pacheco (PMN). Direcionando a segunda pergunta a Tarcísio, Sofia perguntou sobre o combate do comércio irregular, e o candidato defendeu os vendedores ambulantes, argumentando que  “camelô é trabalhador e tem que ser tratado pela Secretaria de Emprego e Renda”. Na sequência, foi feita uma pergunta da professora de pós-graduação em Design, Inovação e Estratégia da ESPM, Luciana Cruz, sobre melhorias na saúde pública. Queiroz aproveitou para detalhar suas propostas ao falar sobre a implementação de cinco centro de especialidades por região, estabelecer a Telemedicina e um aplicativo para receber feedback da população.

Terceiro Bloco

Após o intervalo, o debate retornou ao modelo de perguntas e respostas entre os candidatos. Entre os temas mais comentados, destaque para a questão do apadrinhamento político. Tarcísio Motta questionou os apoiadores da campanha de Alexandre Ramagem, que inclui nomes como o ex-prefeito Marcelo Crivella e Anthony Garotinho, além do atual governador do estado, Claudio Castro. Ramagem se esquivou dos nomes citados, reforçando apenas o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Outra pauta que ganhou destaque nesta seção foi a de meio ambiente. O tema foi trazido por Marcelo Queiroz. O deputado federal questionou uma proposta do plano de governo de Rodrigo Amorim, no qual prevê a criação da Secretaria de Desenvolvimento e Meio Ambiente. Sobre a fusão das pastas, Amorim explicou que, na sua visão, a questão ambiental não deve ser um empecilho para o desenvolvimento econômico do município.

Quarto Bloco

O quarto bloco retomou a dinâmica de perguntas feitas pela equipe de Veja aos candidatos. A repórter Ludmila de Lima perguntou a Alexandre Ramagem sobre segurança, e a possível parceria com o governador Cláudio Castro. Entretanto, o representante do PL optou por destacar mais uma vez que Bolsonaro é seu principal apoiador para o pleito deste ano.

O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) ressaltou ainda a importância de trabalhar com os entes federativos na pauta da segurança. Ele criticou em mais de um momento a suposta isenção de Eduardo Paes no tema, alegando que o mesmo “lava as mãos”.

Indicado para comentar a resposta de Ramagem, Marcelo Queiroz citou a importância de atender a categoria dos militares temporários, que estariam “desamparados” no governo do atual prefeito. Segundo Queiroz, esta categoria de servidores públicos é composta por militares que não conseguem ser efetivados no Exército, Marinha ou Aeronáutica, e estariam treinados militarmente e à mercê do Estado.

Considerações Finais

Para finalizar o debate, cada candidato teve direito a dois minutos para considerações finais e mensagens para os eleitores. Amorim começou seu discurso criticando a ausência de Eduardo Paes e reforçando sua pauta principal: “enfrentei a máfia do reboque e vou ter coragem para restaurar a ordem no Rio de Janeiro. Sou carioca, apaixonado por essa cidade e conservador”. 

Em seguida, Ramagem também destacou a falta do atual prefeito, e reforçou a centralidade da segurança pública no seu projeto de governo: “não queremos escolas sem segurança, nem fraude na saúde. Não esse prefeito, que em 12 anos nunca encarou com responsabilidade a ordem pública. Vamos ao segundo turno e ganhar essas eleições”. 

Queiroz destacou a postura de centro e deu destaque ao mascote carioca nas redes sociais, o vira-lata caramelo: “Defendo um Rio mais caramelo, não porque amo os animais, mas porque isso representa tudo de melhor no Rio. Precisamos de um prefeito, não de um blogueiro”.

Para fechar o evento, Tarcísio reforçou sua posição política e discursou para a mobilização da esquerda carioca: quero que você repense, não reduza seus horizontes. Vamos apostar em novos horizontes. Vote nos candidatos e candidatas do Psol”.

Entrevista Exclusiva 

Após o debate, os candidatos responderam perguntas feitas pelos jornalistas credenciados. Vinicius Nunes, coordenador e repórter do Portal, questionou Tarcísio Motta sobre como o candidato pretende mobilizar o eleitorado de esquerda no Rio, uma cidade com um numero grande de votantes de direita, e sem o apoio do presidente Lula. O psolista reflete sobre as eleições de 2016 e 2020 e ressalta que a cidade tem um eleitorado progressista de esquerda, que está, porém, mobilizado pelo medo, e ressalta que isso influencia no voto. O candidato ainda promete um mandato verdadeiramente de esquerda e combatente da extrema direita.

Reportagem: Carolina Dorfman e Vincius Nunes 

Professor Supervisor: Guilherme Borges