Evento na ESPM discute o papel dos jovens para enfrentar a crise climática
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“Quando a gente fala das questões climáticas, talvez o maior potencial da juventude é aproximar a realidade do cotidiano com os diálogos colocados em espaços de tomadas de decisão”, argumenta a cientista ambiental e integrante da Rede Favela Sustentável, Gisele Moura. Ela abriu a quarta edição do Fórum Terra 2030, evento realizado na última quarta-feira (21) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), pela ESPM e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).

Palestrantes da primeira mesa./Foto: Júlia Mota
A programação incluiu painéis temáticos sobre comunicação socioambiental, economia solidária, cooperativismo e experiências territoriais de implementação da Agenda 2030, além da apresentação da Plataforma Terra 2030 – um hub de iniciativas voltadas à sustentabilidade e aos ODS.
O ex-presidente da Fundação e coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 (EFA 2030), Paulo Gadelha, destacou a importância dessa agenda, como plano para construção de um futuro mais saudável e justo para todos. “É um grande referencial para os cidadãos e os governos, pois reúne valores e aborda diversas temáticas, como a preservação ambiental, equidade e desenvolvimento inclusivo, igualdade de gênero, segurança alimentar e outros”.
O evento teve como foco o papel dos jovens no enfrentamento à crise climática. Na parte da manhã, além de Moura e Gadelha, participaram da mesa de abertura o diretor de conteúdo do site ((o))eco, Marcio Isensee, e a assessora de cooperativas de catadores e pesquisadora em tecnologias sociais, Hanna Tanaka.

Hanna Tanaka, assessora de cooperativas de catadores e pesquisadora em tecnologias sociais./Foto: Júlia Mota
Durante a tarde, foram apresentados oito projetos contemplados pelo edital Terra 2030, organizado pela EFA 2030 e a ESPM. São iniciativas realizadas por pesquisadoras da Fiocruz em diferentes territórios e envolvendo grupos sociais em situação de vulnerabilidade socioambiental e climática, como a população de rua em Belo Horizonte, as mulheres quebradeiras de coco babaçu, no Maranhão, as mulheres da Ilha de Deus, no Recife (PE) e da Maré, na região norte do Rio de Janeiro. As ações também envolvem jovens de Jacarepaguá, na região oeste carioca, e crianças da rede pública de ensino do Rio de Janeiro.
Um dos projetos apresentados foi a Biblioteca Virtual de Tecnologias Sociais e Tradicionais da Bocaina, organizada pelo Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina, e pelo Fórum de Comunidades Tradicionais, que envolve moradores de Angra dos Reis (RJ), Paraty (RJ) e Ubatuba (SP). A biblioteca busca mapear e catalogar tecnologias ancestrais e sociais de comunidades caiçaras, quilombolas e indígenas e mostrar como elas envolviam seus grupos, podiam promover a saúde e garantiriam enfrentamento e permanência de seus coletivos.

Ana Carolina Teixeira, Terapeuta ocupacional e sanitarista, doutoranda em saúde coletiva pela Fiocruz-Minas./Foto: Júlia Mota
A iniciativa ainda serve como um acervo público e aberto para todos aqueles que tenham interesse possam acessar e, principalmente, para preservar o conhecimento e as práticas atuais e ancestrais das tecnologias sociais. O projeto ainda está em desenvolvimento, mas já pode ser acessado no endereço https://www.tecnologiassociais.org/.
Durante o Fórum, também foi apresentada a Plataforma Terra 2030, desenvolvida e mantida pela ESPM e pela EFA 2030, que reúne tecnologias sociais para o desenvolvimento sustentável. O acesso é gratuito e pode ser feito por meio do endereço https://terra2030.fiocruz.br/.
A gravação completa do IV Fórum Terra 2030 está disponível no canal da EFA 2030, da Fiocruz, no Youtube, e pode ser acessada em https://www.youtube.com/watch?v=WXLNNxzhFz8.
Foto de Capa: Júlia Mota
Reportagem: Bebeto de Pinho, Júlia Mota, Pedro Henrique Mello e Taís Vianna
Supervisão: Guilherme Borges